São Paulo, terça, 19 de janeiro de 1999

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Presidente ameaça com tarifa menor

da Sucursal de Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso ameaçou ontem baixar as tarifas de importação de produtos caso os similares nacionais aumentem de preço sem justificativa.
O presidente disse ainda que poderá aumentar as taxas de juros como um "instrumento de defesa" caso exista "um momento de inflação preocupante".
"É só (os industriais) começarem a brincar com os preços que eu baixo as tarifas (de importação). É um decreto meu. (Assino e) Acabou", disse FHC. Ele disse que não vê motivos, neste momento, para que nenhum preço seja reajustado.
Com a liberação do câmbio e o consequente aumento do dólar, os produtos importados tendem a ficar mais caros para os consumidores e, assim, perdem competitividade em relação aos produtos nacionais. A ameaça de FHC, de baixar o Imposto de Importação desses produtos, visa retomar a concorrência, se houver aumentos abusivos dos produtos nacionais.
"Nós temos os mecanismos para contrabalançar. Nós temos aqui o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e a Secretaria de Acompanhamento Econômico, do Ministério da Fazenda. E não se esqueçam todos os consumidores: se antes alguns industriais pediam para que nós subíssemos tarifas (de importação), nós podemos baixá-las", afirmou o presidente.
FHC disse que a estratégia da utilização da taxa de juros para conter surtos inflacionários "é um mecanismo normal". "Isso se usa na Inglaterra, na França, na Argentina, na Cochinchina (...) Quantas vezes eu usei?", questionou o presidente.
FHC fez um apelo: "Nada justifica a ciranda de preços. Vamos tirá-la da nossa cabeça".
FHC disse que há "uma nuvem passageira" sobre a economia e que não devem ser ignorados "os avanços havidos no Brasil". (WF)


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