São Paulo, terça, 19 de janeiro de 1999

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MERCADO FINANCEIRO

Futuros projetam juros maiores para janeiro

da Reportagem Local

Os juros projetados para janeiro nos mercados futuros subiram com por causa das declarações do ministro da Fazenda, Pedro Malan, sugerindo uma alteração na política monetária que permita uma alta de juros "para preservar a inflação sob controle".
As declarações do presidente Fernando Henrique Cardoso chegaram a acalmar o mercado futuro de juros, mas por pouco tempo.
No fechamento, os contratos com vencimento em fevereiro, que projetam as taxas para janeiro, fecharam a 33,92% ao ano, contra 32,75% da sexta-feira.
"Sem ajuste fiscal aprovado, não dá para reduzir os juros por causa do risco da inflação", disse Joaquim Paulo Kokudai, operador-chefe de renda fixa do Lloyds.
Os demais contratos, de vencimento em março e abril, passaram a projetar juros menores para fevereiro e março, de 41,68% e 39,50% ao ano, contra 43,78% e 45,46% na sexta-feira. O mercado aposta todas as suas fichas que o Congresso vai aprovar a reforma na Previdência e a CPMF.
Nos contratos de câmbio, a variação permitida ontem no mercado foi de 6% no primeiro vencimento, em fevereiro, e de 12% no segundo e terceiro, em março e abril. Hoje, o limite de variação máximo vai para 11% no primeiro vencimento e 14% nos dois outros.
Os investidores acreditam que a BM&F alterou os limites de variação pois não haverá dificuldades de pagamento dos ajustes por parte dos investidores vendidos. Grande parte dos recursos virá do Banco do Brasil, que vendia o dólar futuro para defender a antiga política de desvalorização gradual do real. Fundos de bancos pequenos e médios também continuam a registrar fortes perdas.
O índice Bovespa futuro, cujo limite de alta foi de 25% ontem, volta aos 15% hoje. Investidores que tinham vendido o IBovespa futuro, apostando em uma queda na Bolsa, estão sendo forçados, após a liberação na flutuação do câmbio, a compensar suas posições.
Com a alta de 33,4% no mercado de ações à vista na sexta-feira, o índice futuro atingiu seu limite de alta. Os investidores tiveram de vir ao mercado à vista comprar ações para compensar as perdas no mercado futuro. Com isso, puxam mais para cima os preços das ações no mercado à vista, provocando um efeito de bola de neve.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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