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CARTEL
Suspeita é que executivos combinam preços para fraudar concorrências
Polícia investiga 4 empresas de gás
DIOGO PINHEIRO
DA FOLHA CAMPINAS
A Polícia Civil e o Ministério Público Estadual realizaram ontem
uma operação conjunta nas quatro maiores empresas do país do
setor de gás industrial, acusadas
de formação de cartel para fraudar concorrências públicas.
A suspeita da Secretaria de Direito Econômico, órgão ligado ao
Ministério da Justiça, é que executivos das empresas White Martins
Gases Industriais Ltda., de Campinas, Aga S.A., de Jundiaí, Air
Products Gases Industriais Ltda. e
Air Liquide Brasil Ltda., ambas de
São Paulo, negociam as licitações
públicas e combinam preços para
fraudar as concorrências.
De acordo com a Polícia Civil,
gravações telefônicas feitas com
autorização da Justiça há dois meses apontam indícios de cartelização. O teor dos diálogos gravados
não foi revelado.
As empresas controlam 95% do
mercado de oxigênio e nitrogênio
no Brasil e movimentam cerca de
R$ 2,5 bilhões por ano, segundo a
secretaria.
Em novembro do ano passado,
a SDE encaminhou ao Ministério
Público de São Paulo uma denúncia contra as empresas com a suspeita de formação de cartel.
Com base na denúncia, a 2ª Delegacia da Divecar (Divisão de Investigação de Roubos e Furtos de
Veículos de Cargas), do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), instaurou inquérito e começou a monitorar conversas de executivos das
quatro empresas.
No início desta semana, a juíza-corregedora da Polícia Judiciária
do Estado, Ivana David Barrero,
expediu mandado de busca e
apreensão nas empresas.
O mandado foi cumprido ontem. A Polícia Civil e o Ministério
Público apreenderam documentos relativos aos processos de licitação e computadores.
As empresas e seus representantes podem ser denunciados
por crime contra a economia, formação de cartel e formação de
quadrilha, segundo a polícia.
Outro lado
A assessoria de imprensa da
White Martins informou que a
empresa tomou conhecimento do
inquérito na tarde de ontem.
Hoje, a empresa vai analisar o
caso e apurar as informações para
tomar as providências cabíveis,
segundo a assessoria.
A Folha tentou localizar representantes da Aga, da Air Product e
da Air Liquide, mas ninguém foi
encontrado para comentar o assunto após as 19h de ontem.
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