|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INFRA-ESTRUTURA
Governo consegue aprovar texto sobre parcerias, mas é derrotado no ponto sobre a prioridade nos pagamentos
Comissão derruba preferência nas PPPs
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo conseguiu aprovar
ontem, na comissão especial da
Câmara, por unanimidade, o texto básico das PPPs (Parcerias Público-Privadas), mas foi derrotado em um dos principais pontos
do projeto: a preferência no pagamento desses contratos.
Por um placar de 11 votos a 8, foi
retirado do texto apresentado pelo deputado Paulo Bernardo (PT-PR) o artigo que previa a preferência nos pagamentos do governo para os empreendimentos realizados no âmbito das parcerias,
em detrimento dos demais investimentos públicos.
Entre os que votaram contra a
precedência, nome dado ao mecanismo, estavam deputados do
PMDB, do PSB e do PL, partidos
que compõem a base aliada. A
avaliação de vários integrantes da
comissão especial é que a precedência é inconstitucional, por dar
tratamento diferenciado a projetos que contam com investimentos públicos.
Bernardo não sabia dizer se o
governo tentará reintroduzir a
precedência quando o projeto for
à votação em plenário. Segundo
ele, é possível acrescentar emenda
sobre o tema, mas desde que a redação seja diferente da do artigo
derrubado na comissão especial.
Ele espera que o projeto seja votado em plenário na primeira semana de março.
Ao todo foram apresentados 30
destaques ao substitutivo do relator. Paulo Bernardo acatou, integral ou parcialmente, nove, mas
sem grandes modificações na
proposta original feita pelo governo. Com a exceção do que previa a
supressão da precedência, todos
os demais destaques acabaram
sendo derrubados.
O governo, sobretudo o Ministério do Planejamento, não queria
abrir mão da precedência por entender que o dispositivo daria
mais garantia aos investidores, o
que atrairia mais recursos privados para os projetos.
Gastos públicos
Apesar da derrota em relação à
precedência, Bernardo considerou a aprovação do substitutivo
positiva. "Foi uma "vitória." Outro ponto importante do projeto,
que define duas formas de contabilização dos gastos públicos no
âmbito das PPPs, foi mantido.
Se União, Estados e municípios
assumirem uma dívida, como o
pagamento pela execução de uma
obra, o valor entrará nos cálculos
de endividamento do setor público e terá de respeitar os limites
impostos pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). Se os gastos
tiverem caráter de despesa continuada, como complementação de
tarifas com recursos da União, ficarão de fora dos limites da LRF.
Antes, o texto tratava todo e
qualquer gasto como dívida. Como a maioria dos Estados está no
limite da LRF, os projetos de PPP
estaduais poderiam não ter aplicação. Após pressão feita pelo Ministério do Planejamento e pelos
governadores, o relator mudou o
texto para abrir a possibilidade
também para as despesas de caráter continuado.
Bernardo reconhece, no entanto, que destaques derrubados na
comissão especial poderão ser
reapresentados quando o projeto
for à votação em plenário.
Texto Anterior: Comércio exterior: Produtores agrícolas cobram maior flexibilidade do país nas negociações para Alca Próximo Texto: Frase Índice
|