São Paulo, quinta, 19 de fevereiro de 1998

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COMÉRCIO EXTERIOR
Retração ocorreu em janeiro na comparação com o mesmo mês de 1997
Exportações para a Ásia caem 19,7%

da Sucursal de Brasília


As exportações brasileiras para a Ásia tiveram queda de 19,7% em janeiro deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. No período, a participação do bloco na pauta total de exportações teve a maior queda relativa, passando de 14,9% para 11,2%. A redução, segundo explicações do governo, não pode ser atribuída automaticamente à crise financeira na região. O secretário de Comércio Exterior, Maurício Cortes, argumentou ontem que alguns produtos vendidos pelo Brasil aos países asiáticos têm tido queda de preço no mercado internacional. Alguns exemplos são o alumínio, café e celulose, cujos contratos de compra são renegociados em janeiro. Com a tendência de queda nos preços, alguns compradores, segundo Cortes, poderiam estar protelando suas decisões de compra. "Não podemos inferir que a queda de vendas na região tenha sido por causa da crise. Muitos outros fatores influem no comportamento das exportações", disse Cortes. De janeiro de 97 para janeiro deste ano as exportações brasileiras para a Ásia passaram de US$ 548 milhões para US$ 440 milhões. O principal responsável por essa queda foi o Japão, que responde, no bloco, por 45,9% da compra de produtos brasileiros. No período, as exportações brasileiras para os japoneses caíram 15,5%.

Importações
A comparação entre as importações dos meses de janeiro de 97 e 98 é imprópria porque, no ano passado, parte das compras externas daquele mês foi registrada, por erro do governo, em fevereiro.
De dezembro de 97 a janeiro deste ano, o único bloco de países que aumentou suas exportações para o Brasil foi a Ásia. As importações brasileiras da região -excluindo o Oriente Médio- no período passaram de US$ 587 milhões para US$ 710 milhões. No mesmo período, as importações brasileiras da União Européia tiveram queda de 19,69%.
As importações brasileiras de Coréia do Sul, Malásia, Tailândia, Filipinas e Indonésia, países que mais desvalorizaram suas moedas depois da crise financeira, passaram de US$ 123 milhões para US$ 198 milhões, com aumento de 60,58%.
O secretário de Política Econômica, José Roberto Mendonça de Barros, também não quis responsabilizar a crise asiática por essas alterações. Ele argumentou que o Brasil faz comércio com todas as regiões do mundo e é natural que ocorram essas "compensações".



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