São Paulo, terça-feira, 19 de março de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Liquidez foi bastante reduzida; dólar cai 0,17% e Globo Cabo lidera perda de 0,84% da Bovespa

Expectativa por Fed e Copom reduz negócios

DA REPORTAGEM LOCAL

A expectativa em relação aos juros no Brasil e nos Estados Unidos e à aprovação do fim da CPMF para a compra de ações marcou os negócios no mercado financeiro ontem. A espera reduziu o ânimo para os negócios.
Com isso, o giro financeiro da Bovespa, que vinha se mantendo na casa dos R$ 700 milhões nos últimos dias, fechou ontem a R$ 481,944 milhões. O Ibovespa encerrou com baixa de 0,84%, para 14.244 pontos.
O mercado acionário no Brasil viveu a expectativa para a reunião do Federal Reserve, o BC dos EUA, hoje. Além disso, ainda se mostra reticente em relação à demora na votação, pelo Congresso, do fim da CPMF para aplicações em Bolsa.
"Para o mercado, o prejuízo é evidente", afirma Helio Osaki, analista da Finambras. A votação estava prevista para ocorrer na semana em que a crise política entre PFL e PSDB começava.
As ações da Globo Cabo, mais uma vez, lideraram as perdas do índice. Os papéis preferenciais da companhia caíram mais 7,9% ontem. O mercado teme a repercussão e as possíveis contestações do aumento de capital de R$ 1 bilhão anunciado pela companhia na semana passada. A operação conta com a participação do BNDES.
O mercado de câmbio operou boa parte do dia em alta. Mas o dólar fechou com desvalorização de 0,17%, cotado a R$ 2,342.
A queda da moeda foi definida pelo anúncio, já nos minutos finais das negociações, de que a cervejaria canadense Molson comprou a Kaiser por US$ 765 milhões. O mercado antecipou as comemorações pela entrada de recursos.
Os negócios com juros também foram bastante reduzidos e, mais do que a expectativa, viveram a certeza de que o Banco Central reduzirá a taxa amanhã. A maior parte dos analistas avalia que a autoridade monetária optará pela cautela e o corte será de 0,25 ponto. "Se o BC quiser ser ousado, reduzirá a taxa em 0,75 ponto, para 18%", diz Eduardo Novo, economista-chefe do Banco Santos.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos de outubro, os de maior liquidez, tiveram pouca variação em relação ao fechamento da sexta. Projetaram taxa de 17,89%, ante 17,86%. As negociações já refletiam a expectativa de corte há semanas. (ANA PAULA RAGAZZI)


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