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GUERRA IMINENTE
Com ultimato de Bush, fundos liquidam contratos e embolsam lucros obtidos na fase de tensão diplomática
Especulação dá uma folga, e petróleo cai 9%
DA REDAÇÃO
Os preços do petróleo caíram
ontem de maneira acentuada e recuaram aos menores níveis dos
últimos dois meses. Com o ultimato dado por George W. Bush a
Saddam Hussein, os mercados internacionais consideram que a
guerra está prestes a acontecer e
trabalham com a hipótese de uma
rápida vitória norte-americana.
Em Nova York, a cotação teve
queda de 9,3% e encerrou o dia a
US$ 31,67. Em Londres, o preço
caiu 7,6%, para US$ 27,25. Desde
que atingiu o pico de US$ 39,99,
no final do mês passado, o barril
já sofreu uma desvalorização de
21% no mercado americano.
O tombo ocorreu, em boa parte,
devido aos grandes fundos especulativos, que estão liquidando
seus contratos e embolsando os
lucros obtidos com a disparada
do período de tensão diplomática
envolvendo o Iraque.
Apesar da queda nos últimos
dias, os analistas não consideram
que as cotações seguiram perdendo valor no mesmo ritmo nos
próximos dias. A produção mundial opera hoje com pouca capacidade ociosa.
Desde o final do ano passado, as
cotações do petróleo estão acima
de US$ 30 em Nova York. Além
do chamado prêmio de guerra
(sobretaxa que traz implícito o
risco de uma ruptura do fornecimento do Oriente Médio), os
combustíveis estavam pressionados pelo rigoroso inverno deste
ano no hemisfério Norte.
Guerra do Golfo 2
Os mercados futuros de petróleo estão agindo agora de maneira
similar com o que ocorreu na
Guerra do Golfo (1991). Quando o
Iraque invadiu o Kuait, em agosto
de 90, as cotações, que estavam
em torno de US$ 20, saltaram para US$ 40. Mas, assim que os EUA
e os países aliados iniciaram o ataque às forças de Saddam, as cotações retornaram para US$ 20.
Se, por um lado, a especulação
perdeu fôlego, por outro ainda há
grandes incertezas sobre se haverá uma ruptura significativa na
produção do Oriente Médio. As
exportações iraquianas, dá ordem
de 1,7 milhão de barris ao dia, já
deixaram de ser feitas, e o Kuait
será obrigado a paralisar a produção em algumas jazidas que ficam
perto da fronteira iraquiana.
O principal receio, expresso no
discurso de Bush anteontem à
noite, é que Saddam ordene a explosão de seus poços. O presidente dos EUA afirmou que os militares iraquianos não deveriam danificar as instalações.
"No momento, não há como estimar se haverá uma interrupção
grave no fornecimento", disse ontem o porta-voz da Casa Branca,
Ari Fleischer. Os americanos contam com os recursos do petróleo
para bancar a reconstrução do
Iraque após a provável guerra.
O dólar voltou a se valorizar e já
está na maior cotação ante o euro
dos últimos dois meses. A moeda
européia encerrou o dia negociada a US$ 1,0621. Ainda assim, o
dólar acumula perda de 20% em
12 meses.
As Bolsas, que vinham de três
dias de altos ganhos, perderam
fôlego. Para os analistas, uma indefinição pode ter sido eliminada
(quando a existência do conflito),
mas ainda pairam muitas incertezas sobre a economia. O índice
Dow Jones da Bolsa de Nova York
subiu 0,64%, e a Nasdaq teve ganho de 0,59%.
Com agências internacionais
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