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PRIVATIZAÇÃO
Siderúrgica obtém também seu maior faturamento, de R$ 3,01 bilhões em 97, e pode cortar mais pessoal
CSN registra lucro recorde de R$ 450 mi
da Sucursal do Rio
Cinco anos depois de privatizada, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) teve o melhor resultado de sua história em 97.
O lucro líquido da CSN no ano
passado atingiu R$ 450 milhões,
65% superior ao resultado de 96
(R$ 272 milhões). A receita bruta,
também recorde, chegou a R$
3,011 bilhões, um crescimento de
15%.
Segundo sua diretoria, o quadro
de funcionários, hoje com 10.600,
ainda está inchado, e pode chegar
a 6.500.
A empresa atribui a boa performance de 97 ao ganho de produtividade associado a um incremento
de 10% nas vendas -que chegaram a 4,9 milhões de toneladas em
97-, sem ter incorrido no aumento de custos.
Por conta dos bons resultados, a
distribuição de resultados entre os
acionistas proposta pela companhia é inédita: R$ 235,5 milhões.
Os funcionários também saem
ganhando. Como participação nos
lucros e resultados, 70% deles receberão entre R$ 1.200 e R$ 1.300,
segundo Maria Sílvia Bastos Marques, diretora-superintendente do
Setor Corporativo da CSN.
No ano passado, a CSN dispensou 1.700 pessoas, 60% das quais
se aposentaram, informou a diretora-superintendente.
Ela disse que o enxugamento de
mão-de-obra de 97 ainda não teve
impactos positivos na redução de
custos porque as indenizações pagas são altas. A redução nos custos
vai prosseguir, afirmou Marques.
Se fosse seguir à risca o padrão
de suas concorrentes internacionais, a CSN poderia operar com
6.500 funcionários, segundo o diretor-superintendente do Setor
Aço, José Carlos Martins.
"O efetivo está maior do que o
necessário, o que não significa que
vamos demitir 4.000 pessoas. Temos entre 1.200 e 1.500 funcionários próximos da aposentadoria."
O Sindicato dos Trabalhadores
das Indústrias Metalúrgicas de
Volta Redonda divulgou ontem
nota afirmando que, se o turno for
reduzido de seis para oito horas,
como propôs a CSN, 1.600 funcionários serão demitidos.
A diretora-superintendente da
CSN não confirmou nem desmentiu o cálculo do sindicato. Ela disse
que, "provavelmente, a necessidade de redução de mão-de-obra
será coberta pelas aposentadorias".
Os trabalhadores também estão
pedindo 10% de aumento. "O balanço da empresa justifica nossa
reivindicação", disse o presidente
do sindicato, Carlos Perrut.
A CSN investiu R$ 1,5 bilhão no
ano passado. Grande parte desses
recursos (R$ 1,054 bilhão) foi para
a compra da Companhia Vale do
Rio Doce, na qual tem 8,47% de
participação. O investimento na
Vale ainda teve um impacto negativo de R$ 45 milhões no balanço
da CSN, segundo Marques.
Para este ano, a CSN estima investir mais R$ 500 milhões em
Volta Redonda e atingir 5 milhões
de toneladas produzidas por ano.
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