São Paulo, quinta, 19 de março de 1998

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PRIVATIZAÇÃO
Siderúrgica obtém também seu maior faturamento, de R$ 3,01 bilhões em 97, e pode cortar mais pessoal
CSN registra lucro recorde de R$ 450 mi

da Sucursal do Rio

Cinco anos depois de privatizada, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) teve o melhor resultado de sua história em 97.
O lucro líquido da CSN no ano passado atingiu R$ 450 milhões, 65% superior ao resultado de 96 (R$ 272 milhões). A receita bruta, também recorde, chegou a R$ 3,011 bilhões, um crescimento de 15%.
Segundo sua diretoria, o quadro de funcionários, hoje com 10.600, ainda está inchado, e pode chegar a 6.500.
A empresa atribui a boa performance de 97 ao ganho de produtividade associado a um incremento de 10% nas vendas -que chegaram a 4,9 milhões de toneladas em 97-, sem ter incorrido no aumento de custos.
Por conta dos bons resultados, a distribuição de resultados entre os acionistas proposta pela companhia é inédita: R$ 235,5 milhões.
Os funcionários também saem ganhando. Como participação nos lucros e resultados, 70% deles receberão entre R$ 1.200 e R$ 1.300, segundo Maria Sílvia Bastos Marques, diretora-superintendente do Setor Corporativo da CSN.
No ano passado, a CSN dispensou 1.700 pessoas, 60% das quais se aposentaram, informou a diretora-superintendente.
Ela disse que o enxugamento de mão-de-obra de 97 ainda não teve impactos positivos na redução de custos porque as indenizações pagas são altas. A redução nos custos vai prosseguir, afirmou Marques.
Se fosse seguir à risca o padrão de suas concorrentes internacionais, a CSN poderia operar com 6.500 funcionários, segundo o diretor-superintendente do Setor Aço, José Carlos Martins.
"O efetivo está maior do que o necessário, o que não significa que vamos demitir 4.000 pessoas. Temos entre 1.200 e 1.500 funcionários próximos da aposentadoria."
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas de Volta Redonda divulgou ontem nota afirmando que, se o turno for reduzido de seis para oito horas, como propôs a CSN, 1.600 funcionários serão demitidos.
A diretora-superintendente da CSN não confirmou nem desmentiu o cálculo do sindicato. Ela disse que, "provavelmente, a necessidade de redução de mão-de-obra será coberta pelas aposentadorias".
Os trabalhadores também estão pedindo 10% de aumento. "O balanço da empresa justifica nossa reivindicação", disse o presidente do sindicato, Carlos Perrut.
A CSN investiu R$ 1,5 bilhão no ano passado. Grande parte desses recursos (R$ 1,054 bilhão) foi para a compra da Companhia Vale do Rio Doce, na qual tem 8,47% de participação. O investimento na Vale ainda teve um impacto negativo de R$ 45 milhões no balanço da CSN, segundo Marques.
Para este ano, a CSN estima investir mais R$ 500 milhões em Volta Redonda e atingir 5 milhões de toneladas produzidas por ano.



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