|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Sindicatos ficam de
fora e vão protestar
do enviado especial
Mantido inteiramente à margem
das negociações em torno da Alca,
o sindicalismo latino-americano
tenta hoje forçar as portas, por
meio de uma manifestação promovida pelos sindicatos da Costa
Rica e de outros países centro-americanos.
A partir das 10h (7h em Brasília),
pretendem levar de 4 a 5 mil pessoas para o Hotel Camino Real Intercontinental, onde estarão reunidos os ministros dos países da
Alca para fechar a Declaração de
San José.
Vão defender duas bandeiras:
1 - a chamada cláusula social, ou
seja, a vinculação entre acordos
comerciais e o respeito a direitos
trabalhistas fundamentais;
2 - querem participar das negociações da mesma forma que os
empresários o estão fazendo, por
meio dos Foros Empresariais.
No primeiro item, o governo
brasileiro é também réu. Veta a
cláusula social, por entender que
se trata de uma maneira disfarçada
de protecionismo.
Países desenvolvidos poderiam
embargar importações provenientes de países em desenvolvimento
a pretexto de que regras trabalhistas básicas não estão sendo respeitadas na produção de tais bens.
Consenso
Mas, no segundo item, ocorre o
contrário. O Brasil propôs a criação de um Foro Consultivo Econômico e Social na Alca, para abrir
espaço nas negociações não apenas a empresários, mas também a
trabalhadores, consumidores, à
sociedade civil em geral.
O governo do México, principalmente, veta a proposta. O sindicalismo da Costa Rica apóia.
"Talvez não seja suficiente, mas
é um bom começo porque não nos
deixa à margem do processo", diz
Edgar Campbell Carr, presidente
do Sindicato dos Trabalhadores da
Educação Costarriquenha, um
dos organizadores do protesto.
Outro ponto em que o sindicalismo latino-americano coincide
com o governo brasileiro é no gradualismo para implantação da Alca. O gradualismo é necessário para que os choques resultantes da
liberalização possam ser absorvidos pela população", diz Campbell.
(CR)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|