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OUTRO LADO
Para Paulinho, acordo não precisa ir para o papel
DA REPORTAGEM LOCAL
Categorias fortes como a dos
metalúrgicos de São Paulo não
precisam nem colocar no papel
acordos feitos com os empresários para garantir o pagamento
de antecipação salarial. A afirmação é do presidente da Força
Sindical, Paulo Pereira da Silva.
"A campanha [salarial de
emergência] foi até mais fácil
do que pensávamos. Nenhuma
paralisação demorou mais de
três dias e foram mais de 300
greves só em São Paulo. Os
acordos foram feitos com todas
as empresas [divulgadas]", diz.
Sobre a confusão de números, Paulinho afirma que os
sindicatos patronais foram
"passados para trás". Os representantes dos sindicatos patronais, diz, não queriam negociar
nem fazer acordos, por isso foram buscados acertos diretamente com as empresas.
Em relação ao fato de a central querer ocupar mais espaço
politicamente, o sindicalista diz
que isso é "besteira". "Essa luta
salarial aconteceria comigo ou
"sem migo". A perda salarial foi
muito grande [desde novembro]. A inflação cresceu, as tarifas públicas subiram, houve
aumento do IPTU. Isso influenciou nessa negociação."
Para o presidente da Força, os
acordos são fechados a partir
do momento em que as assembléias são feitas nas fábricas.
"Se a empresa descumprir, vamos pará-la novamente", diz.
Eleno José Bezerra, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, informa que a
instituição tem todos os acordos guardados na sede da entidade. "Não adianta passar toda
a lista para vocês porque o jornal não vai publicá-la, e isso só
vai dar muito trabalho para o
meu pessoal."
Segundo ele, os acordos foram feitos por empresa, mas
quando foi fechado acordo por
setor -com o Sindimaq (indústrias de máquinas), por
exemplo- a instituição passou a incluir na lista também as
empresas representadas por
esse sindicato patronal. "Duzentos acordos, portanto, viraram 600 na hora em que fechamos acordo com o Sindimaq."
O presidente do sindicato
também informa que não divulga todos os acordos a pedido das próprias indústrias. "As
empresas têm medo da imprensa e não gostam que a gente divulgue o nome delas. Não
querem falar sobre o acordo.
Essa é uma negociação entre
nós e as empresas", diz.
Para ele, os acordos de antecipação salarial não precisam
ser registrados na DRT (Delegacia Regional do Trabalho). Se
o trabalhador tiver queixa de
uma empresa, diz, deve procurar o sindicato.
(CR e FF)
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