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São Paulo, segunda-feira, 19 de maio de 2003

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OUTRO LADO

Para Paulinho, acordo não precisa ir para o papel

DA REPORTAGEM LOCAL

Categorias fortes como a dos metalúrgicos de São Paulo não precisam nem colocar no papel acordos feitos com os empresários para garantir o pagamento de antecipação salarial. A afirmação é do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva.
"A campanha [salarial de emergência] foi até mais fácil do que pensávamos. Nenhuma paralisação demorou mais de três dias e foram mais de 300 greves só em São Paulo. Os acordos foram feitos com todas as empresas [divulgadas]", diz.
Sobre a confusão de números, Paulinho afirma que os sindicatos patronais foram "passados para trás". Os representantes dos sindicatos patronais, diz, não queriam negociar nem fazer acordos, por isso foram buscados acertos diretamente com as empresas.
Em relação ao fato de a central querer ocupar mais espaço politicamente, o sindicalista diz que isso é "besteira". "Essa luta salarial aconteceria comigo ou "sem migo". A perda salarial foi muito grande [desde novembro]. A inflação cresceu, as tarifas públicas subiram, houve aumento do IPTU. Isso influenciou nessa negociação."
Para o presidente da Força, os acordos são fechados a partir do momento em que as assembléias são feitas nas fábricas. "Se a empresa descumprir, vamos pará-la novamente", diz.
Eleno José Bezerra, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, informa que a instituição tem todos os acordos guardados na sede da entidade. "Não adianta passar toda a lista para vocês porque o jornal não vai publicá-la, e isso só vai dar muito trabalho para o meu pessoal."
Segundo ele, os acordos foram feitos por empresa, mas quando foi fechado acordo por setor -com o Sindimaq (indústrias de máquinas), por exemplo- a instituição passou a incluir na lista também as empresas representadas por esse sindicato patronal. "Duzentos acordos, portanto, viraram 600 na hora em que fechamos acordo com o Sindimaq."
O presidente do sindicato também informa que não divulga todos os acordos a pedido das próprias indústrias. "As empresas têm medo da imprensa e não gostam que a gente divulgue o nome delas. Não querem falar sobre o acordo. Essa é uma negociação entre nós e as empresas", diz.
Para ele, os acordos de antecipação salarial não precisam ser registrados na DRT (Delegacia Regional do Trabalho). Se o trabalhador tiver queixa de uma empresa, diz, deve procurar o sindicato. (CR e FF)


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