Depois que o governo decidiu aumentar o imposto sobre o cigarro, o preço do consumo do produto no Brasil se tornou um dos mais altos do mundo, segundo pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas com base no valor do cigarro em 22 países.
Os fumantes brasileiros estão hoje em terceiro lugar entre os que pagam mais caro pelo produto, atrás apenas dos turcos e dos venezuelanos. O Brasil ocupava o sexto lugar no ranking dos preços mais altos, mas subiu para a terceira posição após os reajustes.
No fim de março, o governo anunciou o aumento nas alíquotas de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e PIS/Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) que incidem sobre o cigarro para compensar medidas de desoneração para outros setores como materiais de construção e veículos.
"O impacto no preço do cigarro ficou em praticamente 30%. O aumento do IPI já começou a valer, mas o do PIS/ Cofins só entra em vigor após 90 dias. O Brasil ainda pode subir neste ranking", diz José Antonio Schontag, professor da FGV e autor da pesquisa.
O estudo mediu o preço relativo dos cigarros sobre a renda do fumante em cada país. Os valores absolutos do maço não foram considerados. Foi mensurado o percentual do PIB per capita que um consumidor compromete ao comprar, durante um ano, cem maços de cigarro. O cálculo levou em conta a marca mais vendida em cada país e o Marlboro, presente em todos os mercados estudados.
A FGV também calculou qual seria o preço mínimo ao consumidor de uma carteira de cigarro no Brasil, considerando-se custos de produção, distribuição, varejista e impostos corrigidos pelos aumentos anunciados. O valor ficou em R$ 2,20, sem incluir a margem de lucro da indústria. Qualquer cigarro vendido por menos seria fruto de contrabando ou sonegação.
Segundo Schontag, os novos preços dos cigarros tornaram o contrabando economicamente atrativo no país. "O contrabandista hoje consegue lucrar até com o cigarro a R$ 2, se considerarmos que a marca legal mais barata está sendo vendida por cerca de R$ 3. Claro que a Receita Federal e a Polícia Federal estão aumentando o controle, mas cada vez mais será preciso investir em uma pressão permanente para impedir o contrabando nas fronteiras."

NEM FRANGO NEM PERU

Luiz Fernando Furlan, presidente do Conselho da Sadia, e Nildemar Secches, da Perdigão, deram uma "parada técnica" nas negociações da fusão entre as empresas para jantar ontem no restaurante Varanda Grill, em SP, enquanto os advogados finalizavam os detalhes do negócio. A conversa descontraída foi acompanhada de bife de tira light e vinho. Ambos estavam animados com a operação, cuja conclusão foi acertada no final da noite de ontem.

ESTRELA EXTRA

A arquiteta Patricia Anastassiadis ganhou uma concorrência internacional na semana passada para fazer o projeto de "retrofit" (requalificação) do hotel Tivoli Carvoeiro, em Portugal. A expectativa é que, após as obras, o hotel passe de quatro para cinco estrelas. Com um custo estimado de 9 milhões, esse é o primeiro grande projeto do escritório Anastassiadis no exterior. Segundo ela, o serviço de arquitetura para hotéis continuou em expansão em meio à crise. Já o de imóveis corporativos, o maior do escritório, ficou mais seletivo. "O mercado imobiliário voltou ao que era há quatro anos."

JORNADA DUPLA

A incidência de problemas de saúde é grande entre as executivas brasileiras com filhos, segundo levantamento da Med-Rio com 9.000 mulheres com idade média de 42 anos e dois filhos. De acordo com a pesquisa, 62% das mães executivas atendidas pela clínica têm estresse, estilo de vida inadequado e comportamento competitivo e obsessivo por resultados.

AMORTECEDOR
O CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) fará sua próxima reunião no dia 4 de junho, em Brasília. O objetivo do encontro é discutir como os programas sociais podem ser utilizados para amortecer os efeitos da crise econômica sobre a população. Estarão presentes o presidente Lula e dez ministros do governo, além dos 90 conselheiros do CDES.

À MINEIRA
Victorio Carlos de Marchi (AmBev) e Aécio Neves (MG) anunciam hoje o início da produção da AmBev em Sete Lagoas (MG). Com investimento de R$ 350 milhões, a fábrica inicia as atividades em junho e produzirá, inicialmente,18 milhões de litros de cerveja por mês. A expectativa é que o faturamento da unidade alcance R$ 80 milhões em 2009.

AMENDOIM
As produtoras de amendoim, goma de mascar e chocolate ficaram de fora das demissões e da redução nas exportações, segundo informou ontem o Sicab (sindicato do setor) em reunião do Departamento de Competitividade da Fiesp. Mesmo assim, o departamento recomendou ao setor inovar em produtos e embalagens para ficar mais competitivo.

BATE O SINO
Alfredo Setubal, diretor de relações com investidores do Itaú Unibanco, vai tocar hoje o sino que sinaliza o fim do pregão da Bolsa de NY, no ritual "The Closing Bell". O evento marca a mudança do código da empresa na Bolsa americana, para ITUB, padronizado com o que será usado nas Bolsas brasileira e argentina (ITUB4).

SATÉLITE
O presidente Lula já tem em mãos um levantamento das obras do PAC feito pela Embrapa com imagens de satélite. Ele disse a pessoas próximas que o Brasil está "um canteiro de obras".

REAÇÃO
Ivan Zurita (Nestlé) faz hoje apresentação no 16º Seminário Lide, em SP, sobre "reação positiva à crise".