São Paulo, sábado, 19 de junho de 2004

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VACA DOENTE

Região em que foi detectado foco da doença no oeste do Estado é isolada

Pará proíbe circulação de animais

MAURO ALBANO
DA AGÊNCIA FOLHA

O governo do Pará baixou ontem portaria que proíbe a circulação de animais do município de Monte Alegre (oeste do Estado) a outras regiões. Na cidade, foi confirmado um foco de febre aftosa. Veterinários da Delegacia Federal de Agricultura e da Adepará (Agência de Defesa Agropecuária do Pará) foram enviados à região, no chamado Baixo Amazonas, para tentar controlar o foco.
As equipes devem implantar postos de fiscalização para impedir o trânsito do gado, inspecionar fazendas e tentar identificar a origem da doença na região. Na próxima semana, segundo a Adepará, serão vacinados todos os rebanhos em um raio de 25 quilômetros da fazenda onde foi notificado o caso de aftosa.
O órgão estadual disse que o registro da doença não chegou a ser uma "surpresa" -por ter ocorrido em uma zona já considerada de alto risco- e que não haveria risco de contágio nas zonas livres de aftosa mais próximas.
A suspeita da presença de aftosa foi relatada à Adepará pelo proprietário do gado, no último dia 2. A agência colheu material para avaliação laboratorial de três bovinos adultos, que apresentavam sinais da doença. A finalização dos testes no dia 16 apontou a presença de aftosa em um deles.
Desde a notificação da suspeita, a fazenda de Monte Alegre -com 130 cabeças de gado- tinha sido interditada. Com a portaria publicada ontem, a proibição do trânsito de animais se estendeu aos rebanhos de todo o município.
De acordo com os dados obtidos na campanha de vacinação contra a febre aftosa de novembro do ano passado, Monte Alegre tem 1.639 propriedades rurais e 171.865 cabeças de gado.
O município está distante mais de cem quilômetros da área do Pará reconhecida pelo Ministério da Agricultura como zona livre de febre aftosa. As duas áreas -a de risco, ao norte, a livre da doença, ao sul- estão separadas pelo rio Amazonas, o que, segundo a Adepará, dificulta a possibilidade de propagação da doença.
O último caso da doença no Pará havia sido registrado em agosto de 2000, em Irituia.
O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Monte Alegre, Roberto da Costa, disse que uma possível explicação para a origem da doença é que a região é usada para o transporte irregular de gado do Amazonas.
"Pode ter vindo do gado de lá", afirmou Costa.


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