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VACA DOENTE
Região em que foi detectado foco da doença no oeste do Estado é isolada
Pará proíbe circulação de animais
MAURO ALBANO
DA AGÊNCIA FOLHA
O governo do Pará baixou ontem portaria que proíbe a circulação de animais do município de
Monte Alegre (oeste do Estado) a
outras regiões. Na cidade, foi confirmado um foco de febre aftosa.
Veterinários da Delegacia Federal
de Agricultura e da Adepará
(Agência de Defesa Agropecuária
do Pará) foram enviados à região,
no chamado Baixo Amazonas,
para tentar controlar o foco.
As equipes devem implantar
postos de fiscalização para impedir o trânsito do gado, inspecionar fazendas e tentar identificar a
origem da doença na região. Na
próxima semana, segundo a Adepará, serão vacinados todos os rebanhos em um raio de 25 quilômetros da fazenda onde foi notificado o caso de aftosa.
O órgão estadual disse que o registro da doença não chegou a ser
uma "surpresa" -por ter ocorrido em uma zona já considerada
de alto risco- e que não haveria
risco de contágio nas zonas livres
de aftosa mais próximas.
A suspeita da presença de aftosa
foi relatada à Adepará pelo proprietário do gado, no último dia 2.
A agência colheu material para
avaliação laboratorial de três bovinos adultos, que apresentavam
sinais da doença. A finalização
dos testes no dia 16 apontou a presença de aftosa em um deles.
Desde a notificação da suspeita,
a fazenda de Monte Alegre -com
130 cabeças de gado- tinha sido
interditada. Com a portaria publicada ontem, a proibição do trânsito de animais se estendeu aos rebanhos de todo o município.
De acordo com os dados obtidos na campanha de vacinação
contra a febre aftosa de novembro
do ano passado, Monte Alegre
tem 1.639 propriedades rurais e
171.865 cabeças de gado.
O município está distante mais
de cem quilômetros da área do
Pará reconhecida pelo Ministério
da Agricultura como zona livre de
febre aftosa. As duas áreas -a de
risco, ao norte, a livre da doença,
ao sul- estão separadas pelo rio
Amazonas, o que, segundo a Adepará, dificulta a possibilidade de
propagação da doença.
O último caso da doença no Pará havia sido registrado em agosto
de 2000, em Irituia.
O presidente do Sindicato dos
Produtores Rurais de Monte Alegre, Roberto da Costa, disse que
uma possível explicação para a
origem da doença é que a região é
usada para o transporte irregular
de gado do Amazonas.
"Pode ter vindo do gado de lá",
afirmou Costa.
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