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Estudo prevê economia de US$ 14 bi
DA CALIFÓRNIA
Se a maconha fosse legalizada
hoje nos Estados Unidos, o país
economizaria US$ 7,7 bilhões gastos anualmente em policiamento
e ações militares e poderia aumentar a arrecadação de impostos em até US$ 6,2 bilhões, também por ano. Quem defende a tese é o economista Jeffrey A. Miron, de Harvard, em seu estudo
"The Budgetary Implications of
Marijuana Prohibition" (As Implicações Orçamentárias da Ilegalidade da Maconha), divulgado na
semana retrasada.
O estudo, bancado pela Marijuana Policy Project (MPP), uma
ONG de Washington que defende
a revisão e a liberalização das leis
antidrogas, ganhou a atenção do
mundo acadêmico e rendeu um
abaixo-assinado para George W.
Bush e ao Congresso americano
com nomes de 500 economistas
de universidades como Yale, Cornell e Stanford, encabeçados pelo
veterano Milton Friedman, hoje
uma espécie de colaborador do
Instituto Hoover, na Califórnia.
Segundo o estudo, se houver
uma mudança nas leis, lucrariam
agronegócios como Archer Daniels Midland e ConAgra Foods,
que poderiam se tornar plantadores e distribuidores da erva, e empresas de bebidas alcóolicas como
Constellation Brands e Allied Domecq. Não haveria um boom de
plantadores domésticos de maconha, defende Miron, da mesma
maneira que não há um grande
número de destiladores particulares de uísque de ou cultivadores
de tabaco.
Nos dias seguintes, o DEA, o órgão federal norte-americano que
cuida da repressão ao consumo
de drogas, apontou falhas no estudo de Harvard, como o fato de
Miron usar o mesmo valor gasto
pelo governo para qualquer tipo
de prisão feita, seja de um acusado de portar, consumir ou vender
maconha, geralmente menos custosa, seja de um suspeito de assassinato, que exige mais dólares das
forças policiais.
Já a Casa Branca ignorou a carta
aberta e respondeu ao estudo com
um outro estudo, batizado de
"Quem Realmente Está na Prisão
por Culpa da Maconha". Realizado pelo Escritório Presidencial de
Política de Controle de Drogas,
afirma que a maior parte das pessoas presas também por porte ou
consumo maconha são "criminosos violentos, reincidentes em crimes, traficantes ou todas as opções anteriores".
Segundo o estudo, apenas 1,6%
da população carcerária norte-americana em geral estaria presa
acusada somente de consumir
maconha, porcentagem que cai
para 0,7% quando o universo são
as penitenciárias estaduais. Ainda
de acordo com o levantamento do
governo federal norte-americano,
só 0,3% dos prisioneiros condenados por posse de maconha e
nenhum outro crime violento
eram réus primários. Besteira,
acredita Milton Friedman. "O
problema está no sistema penitenciário norte-americano, não
no preso por drogas leves."
(SD)
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