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São Paulo, sábado, 19 de julho de 2003

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TRABALHO

Jaques Wagner diz que drama da falta do emprego é menor do que o divulgado e que taxa está próxima da de 2002

Ministro critica "alarme" sobre desemprego

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro do Trabalho, Jaques Wagner, afirmou ontem que o "alarme é maior que o drama", ao se referir ao desemprego no país.
A declaração foi feita durante palestra realizada na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), para uma platéia de 450 empresários e educadores. O ministro criticou governos estaduais e municipais que convocam desempregados por meio de anúncios, o que acaba criando, "filas irresponsáveis".
"São filas que rendem imagem nos jornais. O que houve no Rio foi irresponsabilidade [do governo]. Todos os governos têm acesso ao Sine [Sistema Nacional de Emprego], que já tem milhões de desempregados cadastrados", disse o ministro, ao se referir às filas no Sambódromo do Rio, durante a inscrição para o cadastro de reserva de gari da Companhia Municipal de Limpeza Urbana.
O fato ocorreu em junho, quando 131 mil pessoas se inscreveram. O salário era de R$ 430, com benefícios de R$ 180. "Contratamos por concurso 25 mil pessoas e criamos 250 mil empregos até 2003. Talvez fosse interessante saber quantos desempregos foram criados pelo governo federal com obras e programas parados", disse o prefeito do Rio, César Maia.
Ao falar sobre o desemprego no país, que atingiu 12,8% da população economicamente ativa em maio, segundo pesquisa do IBGE em seis regiões metropolitanas, Wagner afirmou que "é preciso observar que as taxas de desemprego estão próximas às taxas do ano passado". Em maio de 2002, o desemprego foi de 11,9%.
"Ocorreu uma perda salarial muito grande, o que obrigou mais pessoas de uma mesma família a buscar emprego. Mas, nos últimos seis meses, verificamos que foram criadas 561 mil novas vagas com carteira assinada. O saldo é positivo", disse, ao se referir aos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que mede o mercado formal.
"As taxas de desemprego [de 2002 e 2003] não mostram realmente grandes variações. Mas é preciso lembrar que cada vez menos gente entra no mercado formal. A ocupação cresce, mas o aumento é entre os sem-carteira e os autônomos, com salários menores", disse Cimar Azevedo, economista do IBGE.
O número de trabalhadores sem carteira assinada, informou, cresceu 6,9% em maio de 2003 ante maio de 2002. O total de trabalhadores com carteira subiu 3,2%.
O ministro afirmou ainda que o Primeiro Emprego, para jovens de baixa renda entre 16 e 24 anos, não resolverá o desemprego no país. "É preciso crescimento econômico com distribuição de renda e inclusão social." Ao convocar os empresários a aderir ao programa, disse que é melhor "gastar na geração de emprego do que na blindagem do carro". O projeto de lei que cria o programa deve ser sancionado em agosto.


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