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TRABALHO
Jaques Wagner diz que drama da falta do emprego é menor do que o divulgado e que taxa está próxima da de 2002
Ministro critica "alarme" sobre desemprego
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro do Trabalho, Jaques
Wagner, afirmou ontem que o
"alarme é maior que o drama", ao
se referir ao desemprego no país.
A declaração foi feita durante
palestra realizada na sede da Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), para uma platéia de 450 empresários e educadores. O ministro criticou governos estaduais e municipais que
convocam desempregados por
meio de anúncios, o que acaba
criando, "filas irresponsáveis".
"São filas que rendem imagem
nos jornais. O que houve no Rio
foi irresponsabilidade [do governo]. Todos os governos têm acesso ao Sine [Sistema Nacional de
Emprego], que já tem milhões de
desempregados cadastrados",
disse o ministro, ao se referir às filas no Sambódromo do Rio, durante a inscrição para o cadastro
de reserva de gari da Companhia
Municipal de Limpeza Urbana.
O fato ocorreu em junho, quando 131 mil pessoas se inscreveram.
O salário era de R$ 430, com benefícios de R$ 180. "Contratamos
por concurso 25 mil pessoas e
criamos 250 mil empregos até
2003. Talvez fosse interessante saber quantos desempregos foram
criados pelo governo federal com
obras e programas parados", disse o prefeito do Rio, César Maia.
Ao falar sobre o desemprego no
país, que atingiu 12,8% da população economicamente ativa em
maio, segundo pesquisa do IBGE
em seis regiões metropolitanas,
Wagner afirmou que "é preciso
observar que as taxas de desemprego estão próximas às taxas do
ano passado". Em maio de 2002, o
desemprego foi de 11,9%.
"Ocorreu uma perda salarial
muito grande, o que obrigou mais
pessoas de uma mesma família a
buscar emprego. Mas, nos últimos seis meses, verificamos que
foram criadas 561 mil novas vagas
com carteira assinada. O saldo é
positivo", disse, ao se referir aos
dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, que
mede o mercado formal.
"As taxas de desemprego [de
2002 e 2003] não mostram realmente grandes variações. Mas é
preciso lembrar que cada vez menos gente entra no mercado formal. A ocupação cresce, mas o aumento é entre os sem-carteira e os
autônomos, com salários menores", disse Cimar Azevedo, economista do IBGE.
O número de trabalhadores sem
carteira assinada, informou, cresceu 6,9% em maio de 2003 ante
maio de 2002. O total de trabalhadores com carteira subiu 3,2%.
O ministro afirmou ainda que o
Primeiro Emprego, para jovens
de baixa renda entre 16 e 24 anos,
não resolverá o desemprego no
país. "É preciso crescimento econômico com distribuição de renda e inclusão social." Ao convocar
os empresários a aderir ao programa, disse que é melhor "gastar
na geração de emprego do que na
blindagem do carro". O projeto
de lei que cria o programa deve
ser sancionado em agosto.
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