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MERCADO ABERTO
Cresce a dívida do consumidor brasileiro
Guilherme Barros @ - guilherme.barros@uol.com.br
O consumidor brasileiro está
mais endividado. Levantamento da Ipsos-Opinion com mil
pessoas realizado de 21 a 27 de
junho mostra que 53% delas
pagavam alguma prestação ou
algum empréstimo no período.
Na consulta feita em maio, esse
percentual era de 49%.
O número de pessoas que informaram estar com dívidas
em junho é semelhante ao
constatado em janeiro (55%) e
fevereiro (52%), meses em que,
tradicionalmente, o consumidor está mais endividado devidos às compras para o Natal.
As dívidas dos consumidores,
segundo identificou a Ipsos-Opinion, são mais com redes de
lojas do que com instituições financeiras. Em junho, 79% dos
entrevistados informaram que
pagavam prestações em lojas, e
14%, que deviam a bancos.
"O consumidor está mais endividado, mas isso não preocupa. Há muito espaço para aumentar o financiamento no
país. Nos países desenvolvidos,
esse índice ultrapassa 80%",
afirma Claudio Vaz, presidente
do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo),
que encomendou o levantamento à Ipsos-Opinion.
Os empréstimos, segundo
constatou o instituto de pesquisa, são utilizados, primeiramente, para pagamento de dívidas. Outras prioridades são reformas da casa, compra de carros, de eletrodomésticos e de
móveis. As pessoas consultadas
também citaram os empréstimos para investimentos em
abertura de negócios próprios e
para gastos com saúde.
O consumidor está mais endividado, mas está administrando melhor o orçamento.
Em junho, a taxa de inadimplência medida pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo) foi de 5% -isto é, de cada
cem carnês emitidos, cinco registravam atraso (superior a 30
dias) no pagamento. Em maio
deste ano, essa taxa foi de 8,2%.
"O consumidor comprou
mais a prazo. E, ao mesmo tempo, está mais preparado para
pagar as contas em dia. A saída
prematura do time brasileiro
da Copa do Mundo, na verdade,
esfriou o consumo, especialmente de produtos eletroeletrônicos. Os lojistas esperam
relançar a economia a partir do
Dia dos Pais", afirma Emílio Alfieri, economista da ACSP.
FRAUDE NA MIRA
Até o final deste mês, a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo deve concluir um conjunto de medidas que permite a cassação
de inscrição de contribuintes de ICMS envolvidos com
práticas fraudulentas e esquemas de evasão fiscal. Hoje, só é possível cassar a inscrição de postos de gasolina
e distribuidoras de combustíveis -até julho, a Fazenda
paulista cassou inscrições de
147 desses estabelecimentos. Com as novas regras,
qualquer contribuinte -como lojas ou fábricas- envolvido em fraude fiscal, poderá
ser impedido de operar.
LÁ VEM MARINHEIRO
Após quatro anos longe da costa brasileira, o navio da
Royal Caribbean, Splendour of the Seas, volta em 2007.
Quando esteve no país, em 2001 e 2002, a companhia gastou cerca de R$ 22 milhões com publicidade, taxas e pessoal. Passageiros movimentaram R$ 69 milhões nas cidades visitadas. Para Maria Sastre, vice-presidente da Royal
Caribbean para AL e Ásia, que veio ao Brasil anunciar a
decisão, "o governo deveria liberar entraves burocráticos"
-uma das regras determina que um terço da tripulação
seja brasileira- pois "o Brasil tem condições geográficas e
climáticas muito atrativas para o negócio".
ICE ICE BABY
Carro feito em pedra gigante de gelo pela Ford é exposto em feira de carros em Londres, na Inglaterra; o modelo foi usado na exibição para representar a tecnologia chamada "bioetanol"
PAPEL POLÍTICO
O empresário Horacio Lafer Piva assumiu ontem a
presidência da Bracelpa. Segundo ele, as preocupações
da gestão, entre outras, são a
formação de PPPs para melhorar infra-estrutura de
transportes, a concorrência
desleal e a informalidade.
Política? Não exatamente.
Piva diz que o cenário político "é um problema para todo
mundo", mas que não afeta o
setor economicamente. "É
um setor que consegue sair
do curto prazo, é de longa
maturação e ultrapassa crises econômicas. Quando
quer investir, investe. Não
vê quem ganha eleição", diz.
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