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VIZINHO EM CRISE
Após relutância dos EUA, argentinos tentam obter ajuda dos outros países mais ricos para ter dinheiro
Sem EUA, Argentina busca apoio do G-7
DA REDAÇÃO
Depois de ouvirem do secretário do Tesouro dos EUA, Paul
O'Neill, que os ""encanadores e
carpinteiros norte-americanos"
não podem ser obrigados a financiar a Argentina, os negociadores
argentinos decidiram recorrer a
outros membros do G-7 (Grupo
dos Sete) para pressionar o FMI a
liberar um novo pacote de ajuda.
""Além de continuarmos as negociações com o FMI, fizemos
contatos com o Banco Mundial e
com vários membros do G-7, países que têm um importante peso
de decisão nos organismos internacionais", afirmou Daniel Marx,
vice-ministro da Economia da
Argentina, e responsável pelas negociações em Washington (EUA).
O G-7 reúne os sete países mais
industrializados do mundo (ou
seja, os próprios EUA, mais França, Canadá, Itália, Reino Unido,
Japão e Alemanha). Marx se recusou a informar quais dos outros
sócios do clube havia contatado.
A fala do secretário gerou a reação do ministro do Desenvolvimento Social argentino, Juan Pablo Cafiero. "A opinião de O'Neill
representa um grupo que, não é a
primeira vez, ataca a Argentina e
expressa um sentimento ultraconservador que impera na administração George Bush", disse.
No governo americano estaria
disseminada a impressão de que
de nada serviriam sucessivos pacotes, se a Argentina não promovesse reformas em sua política
monetária -o que passaria pela
desvalorização do peso, que desde 1991 mantém a paridade de 1
para 1 com o dólar- ou uma
reestruturação da dívida.
A relutância em conceder mais
dinheiro fez a tensão retornar ao
país, que aumentou ao se confirmar que Marx postergara sua volta a Buenos Aires -sinal do prolongamento das negociações.
Ainda, o porta-voz do FMI
(Fundo Monetário Internacional)
Thomas Dawson disse que as estimativas de um empréstimo de
US$ 20 bilhões, como especulava
o mercado, ""são exageradas".
Marx se esforça para obter ao
menos uma declaração de apoio
do G-7, para evitar que os mercados desabem amanhã, caso não
consiga antecipar um anúncio sobre o possível socorro do Fundo.
Em troca do novo pacote, passados não mais de oito meses de
uma operação de US$ 39,7 bilhões, o FMI estaria exigindo que
o governo argentino cumpra a lei
de déficit zero -em suma, não
gastar mais do que arrecada-
aprovada há menos de um mês.
Com agências internacionais
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