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TANGO ALEGRE
Governo planeja reajuste em setembro e convoca patrões e sindicatos
Argentina quer aumentar mínimo
CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES
O governo argentino convocou
ontem indústria e trabalhadores
para discutir um novo aumento
do salário mínimo. Se for concedido, será o segundo neste ano e o
terceiro da administração do presidente Néstor Kirchner, que assumiu em maio de 2003. O governo pretende aumentar o mínimo
de 350 para 400 pesos (valor mais
ou menos equivalente em reais).
De acordo com o ministro da
Economia, Roberto Lavagna, o
"Conselho do Salário" vai se reunir a partir do dia 26 e será composto por representantes dos sindicatos, da indústria, do comércio, dos setores de serviços e financeiro e pelo governo. O objetivo, segundo Lavagna, é que o novo mínimo comece a vigorar a
partir de setembro.
Na semana passada, Kirchner
autorizou um aumento de 10%
nos salários de aposentados e
pensionistas que recebem até mil
pesos por mês.
Com a desaceleração da economia e a queda nos índices que medem a intenção do consumo a
partir do mês passado, o governo
pretende manter o ritmo da economia por meio de aumento de
salários.
Oficialmente, porém, o governo
afirma que o aumento é para garantir que "a Argentina cresça para todos os setores", nas palavras
ditas ontem por Kirchner.
Hoje será divulgado o índice
que mede a atividade industrial. A
imprensa local já adiantou que
em julho houve queda de 1,5% em
relação a junho. A queda foi de
5,6% na produção de automóveis
e de 9,7% na indústria metalúrgica, dois setores altamente sensíveis às oscilações de demanda.
No ano passado, a economia argentina cresceu 8,7% e neste ano o
governo projeta expansão do PIB
(Produto Interno Bruto) de 6%.
O índice de confiança do consumidor do Centro de Investigação
em Finanças da Universidade
Torquato Di Tela caiu 3,8% em julho com relação a junho.
A oposição tem criticado o aumento dos gastos públicos, que
neste ano já ultrapassaram em 9%
o Orçamento aprovado em dezembro do ano passado.
Mas a arrecadação subiu mais
de 30% com relação ao ano passado. O bom resultado é conseqüência de aumento de impostos,
recuperação econômica e principalmente de mais receitas com
tributação de exportação de soja,
cujo preço no mercado internacional neste ano foi recorde.
O consultor e ex-ministro da
Economia Ricardo López
Murphy tem criticado o poder dado recentemente ao Executivo para modificar o Orçamento sem
aprovação do Legislativo.
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