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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
BC não deve mexer em juro, diz Cypriano
No atual momento de crise
financeira, o mais prudente seria o Banco Central não mexer
por enquanto na taxa básica de
juro da economia. A afirmação
é do presidente do Bradesco,
Márcio Cypriano, ao comentar
a atual fase de turbulência no
mercado financeiro global e seu
efeito sobre o Brasil.
"Se eu fosse um dos participantes do Copom, por prudência, eu não mexeria na taxa de
juro. Eu defenderia a manutenção da Selic em 11,5%", afirma.
"Não é um momento propício
para baixar o juro."
Segundo Cypriano, nas
atuais circunstâncias é importante o Brasil manter a estabilidade e mostrar que a economia
está sob controle. Nos últimos
dois anos, ele disse que o juro já
caiu 8,25 pontos percentuais e,
agora, o mais aconselhável seria frear essa queda até se entender melhor a crise.
A principal preocupação de
Cypriano é de a alta do dólar
nos últimos dias gerar alguma
pressão inflacionária, e, por essa razão, ele recomenda ao
Banco Central não mexer no
juro. O problema, de acordo
com ele, é que a cotação do dólar subiu muito rapidamente
para o patamar de R$ 2, e isso
pode eventualmente, a seu ver,
afetar a inflação.
Apesar da preocupação com
a inflação, Cypriano demonstra
bastante otimismo com a atual
situação do país. Segundo ele, a
economia está sob controle, e
os fundamentos da economia,
muito positivos.
Nos últimos dois anos,
Cypriano disse que o crédito se
expandiu de R$ 550 bilhões para R$ 800 bilhões, o índice Bovespa saltou de 28 mil para 48
mil pontos, o risco-país caiu de
400 para 208 pontos, e o nível
de reservas subiu de US$ 55 bilhões para US$ 160 bilhões.
Além disso, a taxa de juro caiu
de 19,75 % para 11,50%.
Cypriano afirma que a maior
demonstração de seu otimismo
com o país é que, pelo menos
até agora, o Bradesco não refez
nenhuma de suas previsões para este ano. O banco prevê uma
expansão de 5,2% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano.
O presidente do Bradesco diz
ainda que o que estamos vivendo é muito mais uma turbulência passageira que uma crise
mais ampla. Ele prevê, inclusive, um desfecho mais rápido.
"Tenho uma forte suspeita
que, já a partir da semana que
vem, os mercados vão se esvaziando um pouco mais", diz ele.
"Quem perdeu dinheiro foram
os mamutes do mundo."
Segundo Cypriano, este é um
momento importante para o
Brasil ter a oportunidade de demonstrar que se trata, hoje, de
um país diferente do que era no
passado, capaz de superar sem
danos maiores a turbulência.
ANTENAS
Com a implantação da TV digital no Brasil, a RFS (Radio Frequency Sistem), empresa de tecnologia de radiofreqüência, já começou a alavancar seus negócios. Por
causa da necessidade das emissoras de adaptar seus sistemas de transmissão à tecnologia digital, a RFS criou uma área para atender o mercado de broadcast. "Os operadores estão se preparando e se equipando bem", diz Luis Antonio Oliveira, presidente da empresa. A RFS adicionou clientes como Globo, SBT e RedeTV!.
BUTIQUE DE OBRAS
Onze anos depois de ter começado os trabalhos de sua
construtora, a Souza Lima, Alexandre Souza Lima pode
ser considerado um engenheiro "de luxo". Dos 23 projetos que tem em andamento hoje, 18 são empreendimentos voltados para a classe A. "Atuamos muito
nos Jardins, no Itaim e no Iguatemi", diz. Entre os
projetos atuais estão a nova loja da Les Lis Blanc,
com 2.000 m2 na Oscar Freire, e os novos restaurantes do chef Erick Jacquin e dos empresários
Ricardo Mansur e João Paulo Diniz.
CAMAFEU
Carla Pernambuco e Carolina Brandão lançam, neste mês, "As Doceiras" (Companhia Editora Nacional).
Com receitas, textos e imagens, é o primeiro da série de
três. Os próximos temas são
banquetes e petiscos.
PIRATA
A ABPI (Associação Brasileira da Propriedade Intelectual) reunirá, de 26 a 28,
no Rio, juristas, advogados e
empresários. O tema do seminário será a pirataria no
Brasil, que impede a geração
de 2 milhões de empregos
formais e a arrecadação de
R$ 30 bilhões por ano.
NO MAPA
O valor anual da CPMF, de
R$ 32,6 bilhões em 2006, é
maior do que o PIB de 12 Estados brasileiros (Mato
Grosso do Sul, Maranhão,
Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Alagoas, Rondônia, Piauí, Tocantins, Amapá, Acre e Roraima). Os dados são da Fecomercio-SP.
GUARDA-ROUPA
Os R$ 32,6 bilhões arrecadados pelo governo com a
CPMF superam em 30% todos os gastos com vestuário
efetuados pelos 32,2 milhões de famílias em 2006
nas regiões Sul, Norte, Nordeste e Centro-Oeste, também segundo levantamento
da Fecomercio-SP.
POUPANÇA
As contratações da Caixa
Econômica Federal até julho, com recursos da poupança, atingiram o total de
R$ 3,18 bilhões, correspondentes a 58.882 unidades
habitacionais financiadas.
COMPETIÇÃO
As inscrições para o programa de trainees da Coca-Cola Brasil, que vão até 23 de
setembro, receberam, nos
primeiros cinco dias, quase
3.000 inscritos. Em 2005,
foram 12 mil inscritos.
com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA
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