São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002

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PESQUISA

Entre 1989 e 2000, surgiram 361 mil vagas para mulheres em São Paulo, um crescimento de 13,4%, informa Seade

Mulher avança no mercado de trabalho

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de postos de trabalho para as mulheres no Estado de São Paulo aumentou, enquanto para os homens diminuiu. Essa é uma das conclusões de estudo sobre emprego feminino divulgado pela Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados).
Entre 1989 e 2000, a mão-de-obra feminina no Estado ganhou 361 mil novos postos de trabalho. Com esse crescimento, de 13,4%, o total de mulheres empregadas passou de 2,693 milhões para 3,054 milhões. Entre os homens, houve redução de 545 mil vagas.
A ampliação do número de mulheres no mercado de trabalho está concentrada, principalmente, entre mulheres com menos de 40 anos e em atividades que exigem maior grau de escolaridade. Já a retração de postos entre os homens atinge os mais jovens e os com menor nível de escolaridade.
A participação da força de trabalho feminina cresceu e tornou-se majoritária em funções tradicionalmente ocupadas por homens. Em antigos nichos masculinos, como cirurgia dentária, matemática e estatística, a participação das mulheres em 2000 atingiu 58%, 57,1% e 54,8%, respectivamente. Os cargos de técnico de biologia (51,3%) e de escritores e redatores (50,7%) também são dominados por mulheres.
Para Paula Montagner, gerente de análise socioeconômica da Seade, o aumento da inserção feminina nessas profissões é reflexo do grande número de mulheres em cursos universitários como jornalismo (67,2%), odontologia (64,2%) e matemática (61,1%).
"Nesses mercados a descriminação contra a mulher está menos sedimentada", acrescenta.
Em funções historicamente femininas, a participação das mulheres também aumentou. Nos setores administrativos, em 2000, a presença feminina atingiu 31%; em 1989, era 29,7%.
Embora ainda dominado pelos homens -que ocupam 70,3% dos cargos-, as mulheres dobraram a participação no total de diretores de empresa, saltando de 12,1% para 24,4%. Porém só 13,1% das diretorias financeiras são chefiadas por mulheres.
Montagner explica que essa situação está associada a três fatores: discriminação em cargos de maior poder, maior dificuldade feminina em conciliar trabalho e família e, sobretudo, a entrada recente das mulheres no mercado.
A desigualdade entre homens e mulheres persiste também na hora do desemprego, que atingia 15,7% dos homens e 21,1% das mulheres em julho, segundo a Seade-Dieese. Para os homens o desemprego é reflexo da diminuição dos postos de trabalho. Entre as mulheres, é resultado do maior número de novas trabalhadoras no mercado.


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