UOL


São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRIBUTOS

Procurador considera questão pacificada nos TRFs; estimativa é que perda de arrecadação até agosto tenha sido de R$ 860 mi

Governo derruba última liminar contra Cide

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo conseguiu derrubar ontem a última liminar movida contra a União por distribuidores de combustíveis para não recolher a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Cálculos da Receita Federal mostram que de janeiro a agosto deste ano o governo perdeu R$ 860 milhões em arrecadação.
Segundo o procurador-geral da Fazenda, Manoel Felipe Rêgo Brandão, a questão já está pacificada nos Tribunais Regionais Federais e, portanto, dificilmente juízes de primeira instância concederão novas liminares contra o governo.
Pelo último levantamento da procuradoria, 59 liminares foram obtidas pelos distribuidores em diversos locais do país para não pagar a contribuição que incide sobre os combustíveis. A maior parte delas estava concentrada no Rio de Janeiro e em São Paulo.
O governo formará um grupo para estudar como recuperar as contribuições que não foram recolhidas durante a vigências das liminares. Rêgo Brandão explicou que isso será difícil porque muitas distribuidoras são empresas de fachada que, protegidas por liminar, compraram grandes quantidades de combustível sem pagar o tributo e revenderam pelo país.
O recolhimento da Cide ocorre no momento em que a Petrobras vende o combustível para a distribuidora. Ou seja, a estatal era obrigada a recolher a contribuição. Não o fez nesses casos por determinação judicial.
"Por isso, agora não é justo ir atrás da Petrobras para tentar recuperar a Cide que não foi recolhida", disse o procurador-geral. "A derrubada dessa última liminar tem um valor histórico e estratégico porque fechamos o cerco contra essas liminares."
Entre as alegações usadas pelas as distribuidoras está a inconstitucionalidade na cobrança da Cide. Rêgo Brandão relatou ainda que as liminares tinham duração de cerca de cinco meses.
De janeiro a agosto, a arrecadação da Receita está R$ 2,4 bilhões abaixo do previsto pelo governo -cerca de metade devido às liminares concedidas pela Justiça. A frustração nas receitas vai obrigar o governo a fazer um novo corte no Orçamento deste ano.
Todos os impostos -exceto o Imposto de Renda das empresas- apresentaram recolhimento menor que o esperado.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Capital externo: País recebeu em julho US$ 1,4 bi em investimentos
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.