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Bovespa acelera alta no fim do dia movida por rumor de socorro
DA REPORTAGEM LOCAL
Em mais um pregão marcado
por constante sobe-e-desce, a
Bovespa acelerou o ritmo de alta nas últimas operações do dia
e cravou valorização de 5,48%
-a maior desde 30 de abril,
quando o Brasil foi promovido
a grau de investimento.
O mercado acionário ganhou
impulso no fim do dia, movido
pelos rumores de que o Tesouro dos EUA prepara a criação
de agência para assumir os créditos podres de empresas falidas. Na Bolsa de Nova York, o
índice Dow Jones subiu 3,86%,
e e Nasdaq, 4,78%.
Apesar de a informação não
ter sido oficialmente conformada até o fechamento das
operações, o que se viu na última hora de pregão foi correria
para tentar comprar ações com
os melhores preços, em um
movimento que beneficiou papéis de diversos setores. No topo das altas na Bovespa, apareceram: Cyrela Realt ON
(12,12%), Aracruz PNB
(10,99%), VCP PN (10,72%) e
Itaúsa PN (9,33%).
As ações da Petrobras também foram beneficiadas pela
elevação no volume de compras. Os papéis preferenciais da
estatal subiram 8,05%, e os ordinários ganharam 7,05%. Somente ontem, a Petrobras recuperou R$ 7,36 bilhões em valor de mercado. Segundo estudo da Economática, entre as
empresas de América Latina e
USA, a Petrobras foi a 10ª a ganhar mais valor ontem, atrás
apenas de gigantes norte-americanas, como Google, JPMorgan Chase e Citigroup.
Perto do fim do pregão, a Bovespa atingiu sua máxima, ao
registrar valorização de 6,74%.
Mas a alta rápida e expressiva
também estimulou as vendas,
afastando a Bolsa de seu pico
no dia, que foi de 49.002 pontos. Durante o pregão, a Bolsa
paulista chegou a recuar 1,34%,
o que mostra como o dia foi de
forte oscilação.
O índice Ibovespa encerrou
aos 48.422 pontos, ainda distante de seu recorde de 73.516,
de 20 de maio. A Bolsa ainda registra queda de 13% neste mês e
de 24,2% no ano.
Apesar da alta forte, analistas
avaliam que é cedo para se empolgar, pois a crise internacional ainda não foi superada.
"Com esse cenário de crise,
qualquer previsão para o dia seguinte é difícil de ser feita", diz
Luiz Roberto Monteiro, da corretora Souza Barros. "O mercado tem trabalhado muito no
"intraday" e é complicado fazer
projeções um pouco mais longas nesse momento marcado
pela volatilidade intensa."
Em Wall Street, os papéis do
setor financeiro, que vai ser o
grande beneficiado do esperado novo socorro oficial, foi destaque. As ações do Citigroup
dispararam 18,67%. Em seguida, vieram os papéis de Merrill
Lynch, com alta de 13,95%,
JPMorgan Chase (12,66%) e
Bank of America (12,43%).
As ações do setor bancário
brasileiro, que também vinham
caindo, subiram. Apesar de o
segmento não sofrer os problemas que têm afetado as instituições financeiras nos EUA, os
bancos brasileiros têm visto
suas ações perderem valor de
forma acentuada.
As ações dos maiores bancos
nacionais registraram expressivos ganhos de 6,87% (Bradesco PN), 6,57% (Itaú PN) e
5,52% (Banco do Brasil ON).
Na Europa, como as Bolsas
estavam fechadas antes de os
rumores começarem a circular,
o dia foi de perdas. Londres fechou em baixa de 0,66%.
(FABRICIO VIEIRA)
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