São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bovespa acelera alta no fim do dia movida por rumor de socorro

DA REPORTAGEM LOCAL

Em mais um pregão marcado por constante sobe-e-desce, a Bovespa acelerou o ritmo de alta nas últimas operações do dia e cravou valorização de 5,48% -a maior desde 30 de abril, quando o Brasil foi promovido a grau de investimento.
O mercado acionário ganhou impulso no fim do dia, movido pelos rumores de que o Tesouro dos EUA prepara a criação de agência para assumir os créditos podres de empresas falidas. Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones subiu 3,86%, e e Nasdaq, 4,78%.
Apesar de a informação não ter sido oficialmente conformada até o fechamento das operações, o que se viu na última hora de pregão foi correria para tentar comprar ações com os melhores preços, em um movimento que beneficiou papéis de diversos setores. No topo das altas na Bovespa, apareceram: Cyrela Realt ON (12,12%), Aracruz PNB (10,99%), VCP PN (10,72%) e Itaúsa PN (9,33%).
As ações da Petrobras também foram beneficiadas pela elevação no volume de compras. Os papéis preferenciais da estatal subiram 8,05%, e os ordinários ganharam 7,05%. Somente ontem, a Petrobras recuperou R$ 7,36 bilhões em valor de mercado. Segundo estudo da Economática, entre as empresas de América Latina e USA, a Petrobras foi a 10ª a ganhar mais valor ontem, atrás apenas de gigantes norte-americanas, como Google, JPMorgan Chase e Citigroup.
Perto do fim do pregão, a Bovespa atingiu sua máxima, ao registrar valorização de 6,74%. Mas a alta rápida e expressiva também estimulou as vendas, afastando a Bolsa de seu pico no dia, que foi de 49.002 pontos. Durante o pregão, a Bolsa paulista chegou a recuar 1,34%, o que mostra como o dia foi de forte oscilação.
O índice Ibovespa encerrou aos 48.422 pontos, ainda distante de seu recorde de 73.516, de 20 de maio. A Bolsa ainda registra queda de 13% neste mês e de 24,2% no ano.
Apesar da alta forte, analistas avaliam que é cedo para se empolgar, pois a crise internacional ainda não foi superada.
"Com esse cenário de crise, qualquer previsão para o dia seguinte é difícil de ser feita", diz Luiz Roberto Monteiro, da corretora Souza Barros. "O mercado tem trabalhado muito no "intraday" e é complicado fazer projeções um pouco mais longas nesse momento marcado pela volatilidade intensa."
Em Wall Street, os papéis do setor financeiro, que vai ser o grande beneficiado do esperado novo socorro oficial, foi destaque. As ações do Citigroup dispararam 18,67%. Em seguida, vieram os papéis de Merrill Lynch, com alta de 13,95%, JPMorgan Chase (12,66%) e Bank of America (12,43%).
As ações do setor bancário brasileiro, que também vinham caindo, subiram. Apesar de o segmento não sofrer os problemas que têm afetado as instituições financeiras nos EUA, os bancos brasileiros têm visto suas ações perderem valor de forma acentuada.
As ações dos maiores bancos nacionais registraram expressivos ganhos de 6,87% (Bradesco PN), 6,57% (Itaú PN) e 5,52% (Banco do Brasil ON).
Na Europa, como as Bolsas estavam fechadas antes de os rumores começarem a circular, o dia foi de perdas. Londres fechou em baixa de 0,66%.
(FABRICIO VIEIRA)


Texto Anterior: EUA preparam "limpeza" nos mercados
Próximo Texto: Ânimo: Mercados asiáticos abrem em forte alta após anúncio de projeto
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.