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TENSÃO PRÉ-COPOM
Dados do BC mostram crescimento nas concessões em setembro; "spread" alto e prazos maiores amortecem Selic
Crédito segue em alta apesar de juro maior
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A elevação na taxa básica de juros da economia, a Selic, no mês
passado -de 16% para 16,25% ao
ano- ainda não comprometeu o
volume global de crédito concedido por instituições financeiras a
consumidores e empresas.
É o que mostram números preliminares do Banco Central, que
representam 88% das concessões
de crédito no país. Em setembro,
os consumidores tomaram emprestado, em cinco modalidades
diferentes de crédito, R$ 27,9 bilhões, ante R$ 27,7 bilhões em
agosto, alta de 0,7%.
No caso de pessoas jurídicas, a
expansão foi de 0,95%. Os cálculos são de Adriano Pitoli, economista da consultoria Tendências,
com base em dados do BC, que divulga na semana que vem os números consolidados. Os valores
foram dessazonalizados e deflacionados pelo IPCA.
Segundo analistas, os longos
prazos oferecidos pelo varejo para
atrair os consumidores e a incipiente reação na renda e no emprego aumentam a capacidade
das pessoas de contraírem empréstimos. Além disso, a alta, de
0,25 ponto percentual, se dilui, já
que os juros cobrados de consumidores e empresas são muito
elevados no Brasil.
A recuperação do comércio
neste ano, vale lembrar, foi puxada principalmente pelas vendas a
prazo. Hoje começa a reunião do
Copom (Comitê de Política Monetária do BC), e o mercado avalia
que a tendência é de nova elevação (de 0,25 até 0,5 ponto percentual) na taxa básica de juros, por
temor de pressões inflacionárias.
Pitoli aponta também que o
"spread" bancário [diferença entre a taxa de captação dos bancos
e a cobrada na ponta] vem caindo
nos últimos meses: em um cenário de relativa estabilidade da economia, o risco diminui. "O
"spread" está servindo como
amortecedor das pressões das altas na Selic e nos juros futuros".
O aumento foi puxado por três
das cinco categorias de crédito cujos dados estavam disponíveis no
BC: cheque especial (alta de
0,6%), veículos (0,2%) e cartão de
crédito (5,75%). Para crédito pessoal e aquisição de outros bens,
houve queda de 2,87% e 6,2%.
"A elevação no financiamento
de veículos tem um peso importante no número total, já que são
valores mais elevados", diz Bráulio Borges, da LCA Consultores.
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