São Paulo, terça-feira, 19 de outubro de 2004

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GRÃOS

Alegação é de concorrência desleal

Produtor de arroz quer proteção do governo

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Os produtores brasileiros de arroz vão entrar com uma ação na OMC (Organização Mundial do Comércio) e enviar uma notificação judicial ao governo federal para fazê-lo criar salvaguardas à produção nacional.
As medidas foram preparadas por dois escritórios de advocacia consultados pela Federarroz (Federação das Associações de Arroz) do Rio Grande do Sul, que as encabeça. Segundo os produtores, que abriram oficialmente o plantio em Tapes (RS) no final de setembro, o país produz mais do que consome.
A ação na OMC, que requer um forte aporte de recursos financeiros (não há estimativa exata), pretende determinar um equilíbrio regional no comércio do arroz. Os brasileiros reclamam de concorrência desleal por parte da Argentina e do Uruguai, na medida em que, segundo eles, o arroz importado do Mercosul é produzido com insumos e máquinas mais baratos e com menos impostos. A notificação alerta legalmente o governo da situação.
Os produtores também anunciaram que a partir de hoje iniciarão bloqueios de estradas para barrar o arroz argentino e uruguaio. As cidades onde os arrozeiros deverão se mobilizar são Agecuá, Jagarão (as duas na fronteira com o Uruguai), São Borja e Itaqui (as duas na fronteira com a Argentina). Não foram detalhadas as formas de bloqueio, que deverão ocorrer com tratores e caminhões.
Também hoje deve ser inaugurada a câmara setorial do arroz, em Brasília, integrada por representantes do Ministério da Agricultura e produtores, para manter uma discussão permanente a respeito da cultura do arroz.
O Brasil pretende retomar a exportação de arroz em casca, depois de 17 anos. Arrozeiros do Rio Grande do Sul, o principal produtor brasileiro (tem 49,6% da produção, ou 6,3 milhões de toneladas), já negociam a venda de 100 mil toneladas para o exterior.


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