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Montadora da Índia vai produzir carros no Brasil
Em parceria com brasileiros, Mahindra investirá R$ 30 mi em fábrica de Manaus
Novos modelos são exibidos no Salão de São Paulo, que
começa hoje no Anhembi
FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Salão de São Paulo, que começa hoje e vai até o dia 29, revela duas marcas que vão fabricar no país em 2007. Juntas, a
brasileira Tac (Tecnologia Automotiva Catarinense) e a indiana Mahindra planejam investir cerca de R$ 45 milhões
em linhas de montagem de veículos "off-road".
A planta da Tac -empresa
100% brasileira- foi construída em Joinville (SC) para montar 180 utilitários esportivos
por mês a partir de março. "Em
dois anos, vamos aumentar a
capacidade mensal para 400
carros", diz Adolfo Cesar dos
Santos, presidente da Tac.
Segundo ele, desde 2002, já
foram investidos cerca de R$ 9
milhões na fábrica catarinense
e estão previstos mais R$ 6 milhões para a fase de ampliação
da linha de produção e para a
construção de um centro de
distribuição de peças.
O jipe Stark usa componentes já feitos para as grandes
montadoras. "Estamos estudando acordos com a Volkswagen [que fornece o motor] para
usar as suas concessionárias
como pontos de assistência técnica e de distribuição de peças."
Já a Mahindra se aliou ao
grupo brasileiro Bramont, que
monta as motos americanas
Garini na Zona Franca de Manaus, para produzir, no mesmo
local, uma picape (que vai custar R$ 72 mil) e um utilitário
esportivo (R$ 85 mil).
Sanjeev Mohoni, vice-presidente da divisão automóveis da
Mahindra, acredita que os R$
30 milhões para ampliação da
fábrica da Bramont sejam suficientes para gerar 120 empregos diretos e produzir 2.400
veículos em 2007, numa área
total de 120 mil m2. Segundo
ele, a marca fabricou 150 mil
carros em 2005 na Índia.
No Brasil, a marca planeja
abrir 25 concessionárias nos
próximos 12 meses, com pontos-de-venda e assistência técnica de grupos já consolidados
no mercado. "Definir os parceiros e os pontos-de-venda são
nossos maiores desafios no
Brasil", afirma Mohoni.
Se o dólar estabilizado ajudou a indiana a aportar no Brasil, ele também tem feito a alegria dos seis filiados à Abeiva
(associação dos importadores).
O real valorizado tem ajudado
as vendas, que acumulam um
aumento de 7,2% entre janeiro
e setembro de 2005 e o mesmo
período deste ano.
O foco das reclamações passou ao Imposto de Importação.
"Como ser competitivo num
país com três alíquotas?", questiona José Luis Gandini, presidente da Abeiva. Carros produzidos na Argentina não pagam
imposto, os mexicanos são taxados em 1%, e os que vêm dos
demais países enfrentam uma
taxa de 35%. Ele luta por 20%
ou pelo regime de cotas.
Gandini cita o Tracker, que a
Chevrolet voltará a vender no
Brasil. Argentino, custará R$
58.990. Enquanto isso, o Kia
Sportage, que vem da Coréia do
Sul, é oferecido por R$ 85.490,
também com tração 4x4.
Importância
Considerada a mostra automotiva mais importante da
América Latina, o Salão de São
Paulo deve atrair 600 mil visitantes, que pagarão R$ 25 para
conhecer o estande de 155 expositores. Além de 30 montadoras, com 500 carros expostos, há blindadoras e empresas
de acessórios, entre outros.
Com ROSANGELA DE MOURA,
colaboração para a Folha
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