São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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Montadora da Índia vai produzir carros no Brasil

Em parceria com brasileiros, Mahindra investirá R$ 30 mi em fábrica de Manaus

Novos modelos são exibidos no Salão de São Paulo, que começa hoje no Anhembi


FABIANO SEVERO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Salão de São Paulo, que começa hoje e vai até o dia 29, revela duas marcas que vão fabricar no país em 2007. Juntas, a brasileira Tac (Tecnologia Automotiva Catarinense) e a indiana Mahindra planejam investir cerca de R$ 45 milhões em linhas de montagem de veículos "off-road".
A planta da Tac -empresa 100% brasileira- foi construída em Joinville (SC) para montar 180 utilitários esportivos por mês a partir de março. "Em dois anos, vamos aumentar a capacidade mensal para 400 carros", diz Adolfo Cesar dos Santos, presidente da Tac.
Segundo ele, desde 2002, já foram investidos cerca de R$ 9 milhões na fábrica catarinense e estão previstos mais R$ 6 milhões para a fase de ampliação da linha de produção e para a construção de um centro de distribuição de peças.
O jipe Stark usa componentes já feitos para as grandes montadoras. "Estamos estudando acordos com a Volkswagen [que fornece o motor] para usar as suas concessionárias como pontos de assistência técnica e de distribuição de peças." Já a Mahindra se aliou ao grupo brasileiro Bramont, que monta as motos americanas Garini na Zona Franca de Manaus, para produzir, no mesmo local, uma picape (que vai custar R$ 72 mil) e um utilitário esportivo (R$ 85 mil).
Sanjeev Mohoni, vice-presidente da divisão automóveis da Mahindra, acredita que os R$ 30 milhões para ampliação da fábrica da Bramont sejam suficientes para gerar 120 empregos diretos e produzir 2.400 veículos em 2007, numa área total de 120 mil m2. Segundo ele, a marca fabricou 150 mil carros em 2005 na Índia.
No Brasil, a marca planeja abrir 25 concessionárias nos próximos 12 meses, com pontos-de-venda e assistência técnica de grupos já consolidados no mercado. "Definir os parceiros e os pontos-de-venda são nossos maiores desafios no Brasil", afirma Mohoni.
Se o dólar estabilizado ajudou a indiana a aportar no Brasil, ele também tem feito a alegria dos seis filiados à Abeiva (associação dos importadores). O real valorizado tem ajudado as vendas, que acumulam um aumento de 7,2% entre janeiro e setembro de 2005 e o mesmo período deste ano.
O foco das reclamações passou ao Imposto de Importação. "Como ser competitivo num país com três alíquotas?", questiona José Luis Gandini, presidente da Abeiva. Carros produzidos na Argentina não pagam imposto, os mexicanos são taxados em 1%, e os que vêm dos demais países enfrentam uma taxa de 35%. Ele luta por 20% ou pelo regime de cotas.
Gandini cita o Tracker, que a Chevrolet voltará a vender no Brasil. Argentino, custará R$ 58.990. Enquanto isso, o Kia Sportage, que vem da Coréia do Sul, é oferecido por R$ 85.490, também com tração 4x4.

Importância
Considerada a mostra automotiva mais importante da América Latina, o Salão de São Paulo deve atrair 600 mil visitantes, que pagarão R$ 25 para conhecer o estande de 155 expositores. Além de 30 montadoras, com 500 carros expostos, há blindadoras e empresas de acessórios, entre outros.


Com ROSANGELA DE MOURA, colaboração para a Folha

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