São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 2002

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COMBUSTÍVEIS

Aumento é desde o dia 5, quando o produto subiu na refinaria

Gás de cozinha já acumula alta de 17,2%, apura ANP

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Desde o reajuste na refinaria, no dia 5 deste mês, o preço do gás de cozinha ao consumidor subiu 17,2%, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo). Somente na semana passada o produto sofreu um aumento nas revendas de 8%.
Quando anunciou o reajuste de 22,8% no preço do produto, a Petrobras estimara um aumento ao consumidor de 17%.
A alta do preço do gás de cozinha foi acompanhada por um salto nas margens de lucro dos revendedores: houve uma elevação de 19,6% desde que passou a vigorar o reajuste -16,8% só na semana passada-, segundo a ANP. A margem de lucro bruta (sem descontar os custos) das revendas subiu de R$ 2,50 por botijão antes do aumento para R$ 2,99.
Para Álvaro Chagas, presidente da Fergás (federação dos revendedores de gás), só 15 dias após a alta na refinaria será possível identificar se ocorreu uma distorção nas margens de lucro. É que, segundo ele, logo depois dos aumentos os preços sofrem oscilações irreais, que tendem a desaparecer.
Chagas disse que a margem das revendas está abaixo do que a Fergás estimara, R$ 3,40 por litro, o que indica que a pesquisa da ANP desta semana pode indicar uma nova recomposição de margens.
O preço do botijão de 13 kg subiu de R$ 23,06 antes do reajuste para R$ 27,03 na semana passada -mesmo valor previsto pela Fergás após o reajuste na refinaria.
No caso da gasolina, a alta acumulada desde o reajuste de 12,09% na refinaria, no dia 4 deste mês, chega a 11,9% -mais do que os 9% previstos pela Petrobras. Na semana passada, o aumento nas bombas foi pequeno: 0,8%.

Recuo
Depois de avançarem nos dias seguintes ao reajuste, a margem dos postos de combustível recuou. No caso da gasolina, houve queda de 21,6% na semana passada. No do diesel, de 25,3%. Logo após o reajuste da Petrobras, elas haviam subido 59,9% e 100,7%, respectivamente.
Esse recuo das margens indica que há uma acomodação natural de mercado por causa da concorrência, como sempre acontece após aumentos na refinaria.
O preço médio nacional do litro da gasolina, que antes do alta do dia 4 era de R$ 1,769, está agora em R$ 1,980, de acordo com o levantamento da ANP.
Na semana passada, o preço do diesel também sofreu um pequeno aumento: 1,85%. Passou de R$ 1,242 para R$ 1,265 o litro. Antes do reajuste na refinaria, o combustível era vendido a R$ 1,069.


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