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STF pede extensão da correção para todos
SILVANA DE FREITAS
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As cúpulas do Poder Judiciário e
do Ministério Público Federal reforçaram ontem as pressões para
que o governo adote uma solução
administrativa para o problema
da correção dos benefícios de
aposentados e pensionistas da
Previdência Social.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Maurício Corrêa,
defendeu a extensão, por ato administrativo, da correção a todos
os segurados com esse direito. Para ele, essa seria uma forma de
evitar a corrida aos tribunais.
O presidente do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), ministro Nilson Naves, pediu ao ministro da
Previdência, Ricardo Berzoini,
que baixe uma medida provisória
prorrogando o prazo para aposentados e pensionistas pedirem
judicialmente a revisão dos valores pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O procurador-geral da República, Claudio Fonteles, enviou ofício a Berzoini no qual pede uma
providência administrativa e sugere especificamente a adoção de
um cronograma de pagamento
mensal. Ele também afirma que
duas procuradoras da República
moveram ação civil pública contra o INSS.
Anteontem, o coordenador do
Juizado Especial Federal em Brasília, Flávio Dino, já havia enviado
ofício a Berzoini pedindo a adoção de um cronograma ou a edição de uma medida provisória
que prorrogasse o prazo.
O STJ tem centenas de decisões
reconhecendo o direito ao reajuste por parte de pessoas que se
aposentaram entre junho de 1977
e outubro de 1988 e entre março
de 1994 e fevereiro de 1997. Nesses
períodos, o INSS teria usado, na
concessão dos benefícios, índices
contestados pelos segurados.
Custo
Berzoini informou, por meio da
assessoria de imprensa, que ainda
não tinha uma decisão sobre os
pedidos apresentados ontem por
Naves, Corrêa e Fonteles. Segundo ele, o governo estima em R$ 14
bilhões o gasto extra com o pagamento de parcelas atrasadas.
Dino disse ontem que, se surgirem 1 milhão de ações, o custo do
julgamento de todas elas será de
R$ 1,5 milhão, levando em conta
estudo segundo o qual cada processo em um juizado especial envolve o gasto de R$ 1.500.
"Se há um consenso de que a
morosidade da Justiça é um problema nacional, esse é um exemplo concreto de que é possível resolver com um ato 1 milhão de
processos", afirmou.
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