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Petrobras adia a exploração de campos menos lucrativos
Contenção de gastos leva empresa a priorizar atividades com retorno mais rápido
Apesar de não possuírem retorno de curto prazo, os projetos do pré-sal, tidos como estratégicos para o futuro, não serão suspensos
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
A Petrobras admitiu ontem
que vai adiar projetos de exploração e produção, desde que
não afetem de forma significativa a curva de produção da empresa. O gerente-geral de Novos Negócios da área de E&P
(Exploração e Produção) da estatal, José Jorge de Moraes Junior, disse que serão priorizados projetos que possibilitem
retorno mais rápido, como os
que extraem óleo leve.
O gerente frisou que os projetos do pré-sal são prioritários
para a empresa, pois são decisivos para as metas de produção
pós-2015, e não serão afetados.
Moraes Junior explicou que
a empresa está revisando investimentos em projetos em diversas áreas devido ao novo cenário econômico, o que inclui o
enxugamento do crédito e a
queda do preço do barril, que
saiu da casa dos US$ 140 em julho para menos de US$ 60.
"Temos que fazer ajustes em
projetos que não afetem nossa
curva de produção de forma
significativa, principalmente
para 2009 e 2010. Um pouco
mais para a frente, poderá ser
criado um buraco não muito
grande, que vamos recuperar
futuramente", disse.
Recentemente, o presidente
da estatal, José Sergio Gabrielli, enviou comunicado aos funcionários sobre a necessidade
de cortes de custos -ele menciona viagens e festas, por
exemplo. A direção da companhia informou que foi iniciado
um processo contínuo e permanente de otimização na execução das atividades.
Moraes Junior não quantificou os projetos que serão postergados e nem quanto da produção será afetado na revisão
dos investimentos da Petrobras. A estatal prevê para dezembro a divulgação do novo
planejamento estratégico, que
cobrirá o período entre 2009 e
2013. Inicialmente, o plano seria concluído entre setembro e
outubro, mas o agravamento da
crise financeira e a conseqüente queda da cotação do barril do
petróleo fizeram a companhia
repensar os projetos e adiar a
divulgação. O atual plano vai de
2008 a 2012 e prevê investimentos totais de R$ 112 bilhões, basicamente com recursos próprios.
Em relação ao pré-sal, o executivo informou que a Petrobras vai fazer novas perfurações em 2009 nas áreas de Tupi, Iara e Júpiter com o objetivo
de delimitá-las.
Quanto ao fato de o baixo
preço do barril prejudicar a exploração do pré-sal, ele lembrou que, ao mesmo tempo em
que o petróleo fica mais barato,
a tendência é que os custos dos
equipamentos e o conseqüente
investimento recuem. Para
Moraes, o preço do barril em
baixa faz com que todas as petrolíferas tenham que repensar
os projetos, e que a reavaliação
não é exclusiva da Petrobras.
O executivo informou ainda
que a estatal tem interesse em
participar da 10ª Rodada da
ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis),
marcada para o dia 18 de dezembro. Ele informou que a estatal vai se habilitar a participar
do leilão e vai decidir quais
áreas disputar. O prazo para a
habilitação das empresas termina na próxima sexta. Ele
lembrou que a Petrobras já detém blocos próximos às áreas
ofertadas nesse leilão.
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