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Em cada 10 paulistanos, 9 temem efeito da crise
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O paulistano está assustado
com a crise internacional
-89% dos entrevistados dizem
que ela afetará, de algum modo,
o país- e teme especialmente
perder o emprego. É o que revela pesquisa da Fecomercio SP
(Federação do Comércio do Estado de São Paulo) obtida com
exclusividade pela Folha.
Dos 1.100 entrevistados no
dia 31 de outubro, 43% dizem
ter receio de perder o emprego.
"O dado pode ser alarmante
para a economia real. Quando
se espera uma situação pior, os
gastos são efetuados com cautela e há a tendência de reduzir
o consumo", diz a Fecomercio.
Essa foi a segunda pesquisa
da Fecomercio sobre a percepção da crise e revela uma deterioração das expectativas. No
primeiro levantamento, realizado dia 14 de outubro, o percentual de consumidores que
afirmaram que ela afetaria o
país era menor: 81%. Também
avançou o receio de ficar desempregado, que era de 38%.
Para Altamiro Carvalho, economista da Fecomercio, os dados mostram que os consumidores estão mais "apreensivos". Os resultados, diz, apontam para a possibilidade de
uma desaceleração mais forte
do comércio no início de 2009
-cenário que dependerá da dimensão dos efeitos da crise.
Apesar da piora nas expectativas, menos pessoas passaram
a temer o aumento da inflação.
Na primeira rodada de pesquisa, o percentual era de 36%.
Baixou para 31%, mas o item se
manteve como a segunda
maior preocupação dos entrevistados, atrás do desemprego.
Na faixa de renda acima de 10
salários mínimos, a inflação é o
principal medo dos entrevistados, com 28% das respostas.
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