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Preço ao produtor dos EUA tem maior queda em 61 anos
DA REDAÇÃO
Os preços ao produtor americano tiveram em outubro a
maior queda da história do levantamento, realizado desde
1947, e o setor de construção
dos EUA continuou a divulgar
dados ruins, o que contribuiu
para aumentar ainda mais a
percepção de que a principal
economia mundial está em recessão, aliada a uma deflação.
Com os preços de energia
despencando, o PPI (índice de
preços ao produtor) caiu 2,8%
em outubro e superou a queda
de 1,6% de outubro de 2001
-logo após os ataques terroristas aos EUA. Foi também a primeira vez desde o final de 2001
que o índice se contraiu por
três meses consecutivos (em
setembro, a queda foi de 0,4%
e, em agosto, de 0,9%).
O resultado foi influenciado
especialmente pelos preços de
energia, que recuaram 12,8%
no mês passado, devido à queda
na cotação do petróleo. O preço
do barril, que até julho (quando
chegou ao recorde de US$
145,29) vinha sendo uma grande preocupação, está caindo
desde então e, em outubro, valia em média US$ 76,72, queda
de 26,1% ante o mês anterior.
O núcleo do PPI (que exclui
alimentos e energia) subiu
0,4% em outubro, mesmo resultado do mês anterior e um
sinal de que a queda ainda não
se refletiu em todos os setores.
A expectativa é que, com a
queda nos preços, o Fed (o BC
dos EUA) possa continuar a sua
política de cortes de juros para
estimular a economia. Desde
setembro do ano passado, o BC
reduziu de 4,25% para 1% a taxa de juros. A próxima reunião
do Fed está marcada para o
próximos mês, e os analistas
apostam em uma nova redução.
Já no setor de construção, o
primeiro a ser afetado pela crise, o preço das casas caiu no terceiro trimestre em 80% de 152
regiões metropolitanas dos
EUA, a maior porcentagem
com recuo em 29 anos do estudo. Mais: de 35% a 40% das
vendas feitas entre julho e setembro eram de residências
que tinham algum atraso nos
pagamentos. Além disso, a confiança do construtor caiu para o
menor nível desde 1985.
Reino Unido
A inflação também recuou no
Reino Unido, onde estava em
nível recorde. Depois de chegar
a 5,2% em setembro, o índice
de preços ao consumidor britânico caiu 0,7 ponto percentual
no mês passado, o maior recuo
em 16 anos. A taxa ainda está
acima da registrada pela UE,
que subiu 3,7% em outubro.
Como aconteceu nos EUA, o
principal motivo para a queda
foi o recuo nos preços de energia, como combustíveis. Outro
fator foi a queda no preço de bebidas não-alcoólicas e alimentos, especialmente carnes.
E, assim como nos EUA, espera-se que o BC britânico faça
novos cortes nos juros.
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