São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2008

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Preço ao produtor dos EUA tem maior queda em 61 anos

DA REDAÇÃO

Os preços ao produtor americano tiveram em outubro a maior queda da história do levantamento, realizado desde 1947, e o setor de construção dos EUA continuou a divulgar dados ruins, o que contribuiu para aumentar ainda mais a percepção de que a principal economia mundial está em recessão, aliada a uma deflação.
Com os preços de energia despencando, o PPI (índice de preços ao produtor) caiu 2,8% em outubro e superou a queda de 1,6% de outubro de 2001 -logo após os ataques terroristas aos EUA. Foi também a primeira vez desde o final de 2001 que o índice se contraiu por três meses consecutivos (em setembro, a queda foi de 0,4% e, em agosto, de 0,9%).
O resultado foi influenciado especialmente pelos preços de energia, que recuaram 12,8% no mês passado, devido à queda na cotação do petróleo. O preço do barril, que até julho (quando chegou ao recorde de US$ 145,29) vinha sendo uma grande preocupação, está caindo desde então e, em outubro, valia em média US$ 76,72, queda de 26,1% ante o mês anterior.
O núcleo do PPI (que exclui alimentos e energia) subiu 0,4% em outubro, mesmo resultado do mês anterior e um sinal de que a queda ainda não se refletiu em todos os setores.
A expectativa é que, com a queda nos preços, o Fed (o BC dos EUA) possa continuar a sua política de cortes de juros para estimular a economia. Desde setembro do ano passado, o BC reduziu de 4,25% para 1% a taxa de juros. A próxima reunião do Fed está marcada para o próximos mês, e os analistas apostam em uma nova redução.
Já no setor de construção, o primeiro a ser afetado pela crise, o preço das casas caiu no terceiro trimestre em 80% de 152 regiões metropolitanas dos EUA, a maior porcentagem com recuo em 29 anos do estudo. Mais: de 35% a 40% das vendas feitas entre julho e setembro eram de residências que tinham algum atraso nos pagamentos. Além disso, a confiança do construtor caiu para o menor nível desde 1985.

Reino Unido
A inflação também recuou no Reino Unido, onde estava em nível recorde. Depois de chegar a 5,2% em setembro, o índice de preços ao consumidor britânico caiu 0,7 ponto percentual no mês passado, o maior recuo em 16 anos. A taxa ainda está acima da registrada pela UE, que subiu 3,7% em outubro.
Como aconteceu nos EUA, o principal motivo para a queda foi o recuo nos preços de energia, como combustíveis. Outro fator foi a queda no preço de bebidas não-alcoólicas e alimentos, especialmente carnes.
E, assim como nos EUA, espera-se que o BC britânico faça novos cortes nos juros.


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