São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2008

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InBev conclui compra da dona da Budweiser

Com negócio de US$ 52 bi, empresa belgo-brasileira volta a ser a maior cervejaria do mundo, superando a SABMiller

DA REDAÇÃO

Cinco meses depois de fazer a primeira oferta, a cervejaria belgo-brasileira InBev finalizou ontem a compra por US$ 52 bilhões da americana Anheuser-Busch, voltando a ser a maior empresa do setor. O último passo para a concretização do negócio foi dado ontem com a aprovação do órgãos reguladores da China.
Para adquirir a fabricante da Budweiser (a cerveja mais popular nos EUA) e aumentar a sua participação no mercado norte-americano, a InBev ofereceu US$ 70 por ação, 27% acima do preço recorde obtido pelos papéis da Anheuser-Busch, em 2002. A união das duas empresas vai ter receita anual próxima a US$ 36,4 bilhões e produzir aproximadamente 25% da cerveja consumida no mundo, fazendo com a InBev retome a liderança do setor, perdida em 2007 para a SABMiller.
O acordo se conclui em um momento de grave crise no sistema financeiro global, o que tornou os empréstimos mais complicados de serem obtidos e fez com que nas últimas semanas alguns analistas começassem a duvidar de sua concretização. Segundo banqueiros envolvidos no acordo, a InBev vai começar nesta semana a pegar emprestados US$ 55 bilhões para pagar a aquisição da companhia americana.
O comandante na América do Norte da nova companhia, que se chama agora Anheuser-Busch InBev, será o brasileiro Luiz Fernando Edmond. A união das duas empresas terá mais de 200 marcas de cervejas, como Stella Artois, Beck e Brahma, e forte presença nos principais mercados globais.
O último passo para a finalização da venda bilionária ocorreu com a aprovação dos órgãos reguladores da China, onde as duas fabricantes têm participações em empresas. Na semana passada, o Departamento de Justiça dos EUA já tinha sancionado o acordo.
A venda da Anheuser-Busch, um dos ícones dos EUA, provocou reações de diversos setores do país e até do então candidato democrata à Presidência, Barack Obama. Em julho, o hoje presidente eleito dos Estados Unidos disse que seria "uma pena" se a cervejaria fosse vendida a estrangeiros.
Um dos que vão ganhar com a venda é o megainvestidor americano Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo. No final de setembro, ele tinha quase 14 milhões de ações da Anheuser-Busch, o que representa cerca de US$ 1 bilhão. Ele poderia lucrar ainda mais com a transação, já que, no fim do primeiro trimestre deste ano, ele contava com 35,6 milhões de ações da cervejaria.


Com a Bloomberg


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