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InBev conclui compra da dona da Budweiser
Com negócio de US$ 52 bi, empresa belgo-brasileira volta a ser a maior cervejaria do mundo, superando a SABMiller
DA REDAÇÃO
Cinco meses depois de fazer
a primeira oferta, a cervejaria
belgo-brasileira InBev finalizou ontem a compra por US$
52 bilhões da americana
Anheuser-Busch, voltando a
ser a maior empresa do setor. O
último passo para a concretização do negócio foi dado ontem
com a aprovação do órgãos reguladores da China.
Para adquirir a fabricante da
Budweiser (a cerveja mais popular nos EUA) e aumentar a
sua participação no mercado
norte-americano, a InBev ofereceu US$ 70 por ação, 27% acima do preço recorde obtido pelos papéis da Anheuser-Busch,
em 2002. A união das duas empresas vai ter receita anual próxima a US$ 36,4 bilhões e produzir aproximadamente 25%
da cerveja consumida no mundo, fazendo com a InBev retome a liderança do setor, perdida em 2007 para a SABMiller.
O acordo se conclui em um
momento de grave crise no sistema financeiro global, o que
tornou os empréstimos mais
complicados de serem obtidos
e fez com que nas últimas semanas alguns analistas começassem a duvidar de sua concretização. Segundo banqueiros envolvidos no acordo, a InBev vai começar nesta semana
a pegar emprestados US$ 55 bilhões para pagar a aquisição da
companhia americana.
O comandante na América
do Norte da nova companhia,
que se chama agora Anheuser-Busch InBev, será o brasileiro
Luiz Fernando Edmond. A
união das duas empresas terá
mais de 200 marcas de cervejas, como Stella Artois, Beck e
Brahma, e forte presença nos
principais mercados globais.
O último passo para a finalização da venda bilionária ocorreu com a aprovação dos órgãos
reguladores da China, onde as
duas fabricantes têm participações em empresas. Na semana
passada, o Departamento de
Justiça dos EUA já tinha sancionado o acordo.
A venda da Anheuser-Busch,
um dos ícones dos EUA, provocou reações de diversos setores
do país e até do então candidato
democrata à Presidência, Barack Obama. Em julho, o hoje
presidente eleito dos Estados
Unidos disse que seria "uma
pena" se a cervejaria fosse vendida a estrangeiros.
Um dos que vão ganhar com a
venda é o megainvestidor americano Warren Buffett, um dos
homens mais ricos do mundo.
No final de setembro, ele tinha
quase 14 milhões de ações da
Anheuser-Busch, o que representa cerca de US$ 1 bilhão. Ele
poderia lucrar ainda mais com
a transação, já que, no fim do
primeiro trimestre deste ano,
ele contava com 35,6 milhões
de ações da cervejaria.
Com a Bloomberg
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