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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Vale reabre fábricas e volta a contratar
Duas fábricas de pelotas da
Vale, a do Norte, de São Luís, no
Maranhão, e a usina de Fábrica,
de Minas, serão reabertas.
Para colocar em funcionamento as últimas plantas que
estavam paradas em razão do
ajuste feito em 2008, a companhia irá contratar 1.028 pessoas
até o final deste ano.
No auge da crise, a Vale havia
fechado oito das dez fábricas
que produzem pelota, um minério bem fino, que tem maior
valor agregado por permitir aumento da produtividade de alto-fornos das siderúrgicas.
Carla Grasso, diretora de Recursos Humanos e Serviços
Corporativos, diz que não houve demissão naquela época,
apenas transferência de funcionários que não se aposentaram.
A empresa ficou seis meses
com 6.000 pessoas paradas.
"As coisas estão melhorando.
A reabertura das fábricas é sinal de que o minério de ferro
está se recuperando, permitindo que retomemos a operação
com novas contratações", diz.
A pelotizadora de São Luís,
que é a maior do mundo, pode
produzir 7 milhões de toneladas por ano, e a de Minas, 5 milhões de toneladas por ano
Marcos Assunção, da Itaú
Corretora, diz que a reabertura
das plantas indica que a demanda por pelota, um produto
caro, "voltou a ficar firme".
"Os europeus, que são os que
mais compram da Vale, estão
reacendendo os alto-fornos. A
produção de aço do mundo retoma um ritmo próximo ao do
período pré-crise." A reabertura das plantas não terá, porém,
segundo ele, grande efeito sobre o resultado financeiro da
Vale por representar apenas
cerca de 15% de sua produção.
"A reabertura das fábricas é sinal de que o minério de ferro está se recuperando, permitindo que retomemos a operação com novas contratações"
CARLA GRASSO
diretora de Recursos Humanos e Serviços Corporativos da Vale
Falta de renda para alimento cai no Brasil, diz consultoria
O número de famílias com
algum grau de insegurança
alimentar no Brasil e nos Estados Unidos caminha em
sentido contrário, segundo
análise da consultoria MB Associados. A estimativa da MB
é que 25,68% das famílias brasileiras estavam nessa condição em 2008, uma redução
ante o índice de 35,28% registrado pelo IBGE em 2004.
Nos Estados Unidos, 14,6%
das famílias sentiram insegurança alimentar em 2008,
mais que em 2004, quando o
problema atingiu 11,95% dos
domicílios, segundo a Usda
(Departamento de Agricultura dos EUA).
Insegurança alimentar se
caracteriza pela falta de condições de suprir as necessidades de alimentação familiar.
Para Sergio Vale, economista-chefe da MB, a crise e o desemprego motivaram a piora
na situação alimentar dos Estados Unidos. No Brasil, o aumento do salário mínimo e o
Bolsa Família puxaram a melhora do resultado, diz.
SHOPPING PARA TODOS
O primeiro empreendimento da incorporadora JAA em
shopping centers acaba de ser lançado em Campinas (SP),
no bairro Campo Grande. Focado nas classes C e D, o empreendimento receberá investimento de R$ 550 milhões. A
previsão é que o shopping abra as portas em 2012. "A região
é o novo vetor de crescimento de Campinas. É onde estão
concentrados os projetos do programa Minha Casa, Minha
Vida", afirma João Miranda, presidente da JAA Empreendimentos. "Percebemos uma necessidade de opção de lazer e
compras nesse bairro." A estagnação do mercado de shopping centers em Campinas, que teve seu último lançamento
em 2002, também motivou a realização do projeto, diz.
BOI NA LINHA 1
Um dos motivos que levaram o ministro Hélio Costa
(Comunicações) a abandonar o programa Bolsa Celular foi uma questão regulatória. Ao contrário do setor
elétrico, em que as companhias oferecem tarifas menores para pessoas de baixa
renda, os serviços de telecomunicações não permitem a
diferenciação. Pela Lei Geral
de Telecomunicações, tanto
o preço quanto as tarifas têm
de ser os mesmos, independentemente da classe social.
O programa previa a doação
de celulares pelo governo e
de créditos mensais para
pré-pagos pelas operadoras.
BOI NA LINHA 2
Apesar disso, as operadoras estudam com o Ministério das Comunicações uma
forma de contornar essa barreira. Para elas, a telefonia
móvel tem um caráter privado (só o serviço fixo seria público). Por isso, gostariam de
levar adiante o Bolsa Celular. O desafio de Hélio Costa
é encontrar uma brecha na
legislação do setor para levar
o programa adiante. Nos
bastidores, as operadoras dizem que o ministro se precipitou na semana passada ao
anunciar o programa, cujos
detalhes ainda estavam em
discussão. Só a TIM tinha
aderido ao programa.
CONSUMIDOR
A maior parte dos brasileiros (71%) tem conhecimento
de ações socioambientais realizadas por grandes empresas. As companhias são valorizadas por 59% dos consumidores brasileiros, segundo estudo da LatinPanel em 9.000
domicílios de 16 cidades da América Latina. A preocupação com o tema está ligada à classe social. No Brasil, 68%
dos que valorizam essas empresas são das classes A e B.
SAÚDE
As empresas brasileiras
que administram os planos
de saúde de funcionários
gastaram R$ 9,7 bilhões com
saúde em 2008, R$ 1,7 bilhão
a mais do que em 2007. Os
dados são de pesquisa anual
da Unidas (União Nacional
das Instituições de Autogestão em Saúde), que reúne
mais de 140 filiadas. O valor
da cobertura por pessoa pulou de R$1.677,66 para R$
2.032,36, segundo a Unidas.
DOCUMENTO
Empresas do setor de gerenciamento de documentos, aquecido por conta do
aumento da digitalização de
dados, devem registrar faturamento superior a R$ 1 bilhão em 2009, segundo a
ABGD (Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Documentos).
PONTO DE ÔNIBUS
O Consórcio Rede Metropolitana de Transportes Coletivos de Goiânia lança hoje
um sistema para o transporte público da cidade que permite ao passageiro consultar
por SMS de celular os horários em que os ônibus passarão nos pontos. O investimento é de R$ 50 milhões.
DIETA
O gasto médio mensal do
brasileiro com consumo de
frutas, legumes e verduras,
por família, foi de R$ 40 em
maio, R$ 10 acima do registrado em 2007. O dado é da
pesquisa Apas/LatinPanel,
encomendada por supermercadistas que estão ampliando o espaço para os produtos nas lojas. Hoje, 62% da
população compra estes produtos em supermercados
-32% prefere a feira livre.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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