São Paulo, quinta-feira, 19 de novembro de 2009

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Vale reabre fábricas e volta a contratar

Duas fábricas de pelotas da Vale, a do Norte, de São Luís, no Maranhão, e a usina de Fábrica, de Minas, serão reabertas.
Para colocar em funcionamento as últimas plantas que estavam paradas em razão do ajuste feito em 2008, a companhia irá contratar 1.028 pessoas até o final deste ano.
No auge da crise, a Vale havia fechado oito das dez fábricas que produzem pelota, um minério bem fino, que tem maior valor agregado por permitir aumento da produtividade de alto-fornos das siderúrgicas.
Carla Grasso, diretora de Recursos Humanos e Serviços Corporativos, diz que não houve demissão naquela época, apenas transferência de funcionários que não se aposentaram. A empresa ficou seis meses com 6.000 pessoas paradas.
"As coisas estão melhorando. A reabertura das fábricas é sinal de que o minério de ferro está se recuperando, permitindo que retomemos a operação com novas contratações", diz.
A pelotizadora de São Luís, que é a maior do mundo, pode produzir 7 milhões de toneladas por ano, e a de Minas, 5 milhões de toneladas por ano
Marcos Assunção, da Itaú Corretora, diz que a reabertura das plantas indica que a demanda por pelota, um produto caro, "voltou a ficar firme".
"Os europeus, que são os que mais compram da Vale, estão reacendendo os alto-fornos. A produção de aço do mundo retoma um ritmo próximo ao do período pré-crise." A reabertura das plantas não terá, porém, segundo ele, grande efeito sobre o resultado financeiro da Vale por representar apenas cerca de 15% de sua produção.

"A reabertura das fábricas é sinal de que o minério de ferro está se recuperando, permitindo que retomemos a operação com novas contratações"
CARLA GRASSO
diretora de Recursos Humanos e Serviços Corporativos da Vale

Falta de renda para alimento cai no Brasil, diz consultoria

O número de famílias com algum grau de insegurança alimentar no Brasil e nos Estados Unidos caminha em sentido contrário, segundo análise da consultoria MB Associados. A estimativa da MB é que 25,68% das famílias brasileiras estavam nessa condição em 2008, uma redução ante o índice de 35,28% registrado pelo IBGE em 2004.
Nos Estados Unidos, 14,6% das famílias sentiram insegurança alimentar em 2008, mais que em 2004, quando o problema atingiu 11,95% dos domicílios, segundo a Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).
Insegurança alimentar se caracteriza pela falta de condições de suprir as necessidades de alimentação familiar.
Para Sergio Vale, economista-chefe da MB, a crise e o desemprego motivaram a piora na situação alimentar dos Estados Unidos. No Brasil, o aumento do salário mínimo e o Bolsa Família puxaram a melhora do resultado, diz.

SHOPPING PARA TODOS

O primeiro empreendimento da incorporadora JAA em shopping centers acaba de ser lançado em Campinas (SP), no bairro Campo Grande. Focado nas classes C e D, o empreendimento receberá investimento de R$ 550 milhões. A previsão é que o shopping abra as portas em 2012. "A região é o novo vetor de crescimento de Campinas. É onde estão concentrados os projetos do programa Minha Casa, Minha Vida", afirma João Miranda, presidente da JAA Empreendimentos. "Percebemos uma necessidade de opção de lazer e compras nesse bairro." A estagnação do mercado de shopping centers em Campinas, que teve seu último lançamento em 2002, também motivou a realização do projeto, diz.

BOI NA LINHA 1
Um dos motivos que levaram o ministro Hélio Costa (Comunicações) a abandonar o programa Bolsa Celular foi uma questão regulatória. Ao contrário do setor elétrico, em que as companhias oferecem tarifas menores para pessoas de baixa renda, os serviços de telecomunicações não permitem a diferenciação. Pela Lei Geral de Telecomunicações, tanto o preço quanto as tarifas têm de ser os mesmos, independentemente da classe social. O programa previa a doação de celulares pelo governo e de créditos mensais para pré-pagos pelas operadoras.

BOI NA LINHA 2
Apesar disso, as operadoras estudam com o Ministério das Comunicações uma forma de contornar essa barreira. Para elas, a telefonia móvel tem um caráter privado (só o serviço fixo seria público). Por isso, gostariam de levar adiante o Bolsa Celular. O desafio de Hélio Costa é encontrar uma brecha na legislação do setor para levar o programa adiante. Nos bastidores, as operadoras dizem que o ministro se precipitou na semana passada ao anunciar o programa, cujos detalhes ainda estavam em discussão. Só a TIM tinha aderido ao programa.

CONSUMIDOR

A maior parte dos brasileiros (71%) tem conhecimento de ações socioambientais realizadas por grandes empresas. As companhias são valorizadas por 59% dos consumidores brasileiros, segundo estudo da LatinPanel em 9.000 domicílios de 16 cidades da América Latina. A preocupação com o tema está ligada à classe social. No Brasil, 68% dos que valorizam essas empresas são das classes A e B.

SAÚDE
As empresas brasileiras que administram os planos de saúde de funcionários gastaram R$ 9,7 bilhões com saúde em 2008, R$ 1,7 bilhão a mais do que em 2007. Os dados são de pesquisa anual da Unidas (União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde), que reúne mais de 140 filiadas. O valor da cobertura por pessoa pulou de R$1.677,66 para R$ 2.032,36, segundo a Unidas.

DOCUMENTO
Empresas do setor de gerenciamento de documentos, aquecido por conta do aumento da digitalização de dados, devem registrar faturamento superior a R$ 1 bilhão em 2009, segundo a ABGD (Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Documentos).

PONTO DE ÔNIBUS
O Consórcio Rede Metropolitana de Transportes Coletivos de Goiânia lança hoje um sistema para o transporte público da cidade que permite ao passageiro consultar por SMS de celular os horários em que os ônibus passarão nos pontos. O investimento é de R$ 50 milhões.

DIETA
O gasto médio mensal do brasileiro com consumo de frutas, legumes e verduras, por família, foi de R$ 40 em maio, R$ 10 acima do registrado em 2007. O dado é da pesquisa Apas/LatinPanel, encomendada por supermercadistas que estão ampliando o espaço para os produtos nas lojas. Hoje, 62% da população compra estes produtos em supermercados -32% prefere a feira livre.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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