São Paulo, quinta-feira, 19 de novembro de 2009

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Bolsa perde fôlego e recua 1,3% após dados ruins dos EUA

Setor imobiliário desagrada; dólar fecha estável, a R$ 1,717

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo acabou por ceder no fim das operações a mais um dia fraco no mercado global. Depois de marcar alta de 0,97% na máxima do dia, a Bolsa perdeu fôlego e recuou 1,32%.
Nos EUA, alguns dados econômicos ruins serviram de motivo para os investidores se desfazerem de ações. O índice Dow Jones, um dos principais de Wall Street, caiu 0,11%. A Nasdaq perdeu 0,48%.
O setor imobiliário foi o que mais decepcionou. Os números que mostram o nível de construção de novas moradias no país sofreu retração de 10,6% de setembro para outubro e foi a seu pior patamar desde abril.
A perda de forças dos papéis da Petrobras acabou por definir o rumo da Bovespa. Responsáveis por aproximadamente 18% do total movimentado no pregão ontem, as ações da Petrobras operaram em alta durante boa parte do pregão, mas não resistiram às vendas mais expressivas no fim do dia.
O papel preferencial da Petrobras, que fechou com baixa de 0,52%, chegou a subir 2%. Sua ação ordinária caiu 0,83%.
O barril de petróleo terminou cotado a US$ 79,58 em Nova York, com apreciação de 0,56%. Mas isso não foi suficiente para as ações da Petrobras escaparem da baixa no dia. A redução das reservas de óleo cru e derivados nos EUA favoreceu a alta do produto ontem.
Apesar do recuo de ontem, os papéis da Petrobras atravessam um bom período. Na semana, as ações da empresa registram valorizações de 2,88% (PN) e 2,29% (ON).
A Link Investimentos, que elevou sua recomendação para os papéis da empresa de "neutro" para "compra", cita a expectativa de a estatal manter o ritmo positivo de produção nos próximos meses e a recuperação do petróleo como pontos favoráveis à Petrobras.
Ontem, o dólar chegou a ser negociado a R$ 1,706. Mas não se sustentou nesse patamar: fechou a R$ 1,717, estável. No mês, a depreciação é de 2,28%.
A entrada de dinheiro na Bolsa responde por boa parte do fluxo positivo de recursos para o país no mês, como anunciou o BC ontem. Até o dia 16, o balanço das operações com capital externo na Bolsa tinha resultado positivo de US$ 1,2 bilhão.
Há um mês, o governo anunciou que passaria a taxar o capital estrangeiro com 2% de IOF. O que, a princípio, parecia ser uma decisão bastante punitiva para o mercado acionário acabou por se mostrar de baixa eficácia. Ontem o governo anunciou nova taxação, de 1,5% sobre as operações com ADRs (recibos de ações no exterior).
Captação externa de US$ 1,25 bilhão, fechada pela Gerdau, colaborou para a manutenção do dólar em patamares baixos ontem.


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