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TRANSE LATINO
Segundo a Cepal, economia da região encolherá 0,5% neste ano, e PIB per capita ficará abaixo dos níveis de 97
América Latina tem "meia década perdida"
DA REDAÇÃO
A América Latina deverá voltar
a crescer no ano que vem, depois
de uma contração estimada em
0,5% neste ano, de acordo com relatório preliminar divulgado ontem pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o
Caribe). Ainda assim, segundo a
entidade, a região já amarga uma
"meia década perdida".
Os últimos cinco anos, de acordo com o secretário-executivo,
José Antonio Ocampo, representam uma "meia década perdida".
Com a contração econômica deste ano, o PIB (Produto Interno
Bruto) per capita da região cairá
abaixo dos níveis de 1997.
No acumulado dos últimos
quatro anos, o PIB per capita já
caiu 22,4% na Argentina. No Uruguai, o recuo foi de 20%. O PIB
per capita da região encolherá
1,9% no ano, o segundo recuo seguido. No Brasil, haverá um tímido avanço de 0,2%.
Em 2003, prevê a Cepal, a América Latina crescerá 2,1%. Neste
ano o desempenho foi afetado pelas crises na Argentina, no Uruguai e na Venezuela. A contração
prevista de 0,5%, no entanto, é ligeiramente menos severa do que
o recuo de 0,8% que a entidade da
ONU (Organização das Nações
Unidas) previa anteriormente.
Segundo o Banco Mundial, a
América Latina será a única região do planeta que encerrará o
ano em contração econômica. Pela primeira vez desde o final dos
anos 80, a América Latina sofrerá
uma transferência líquida de capitais (ou seja, mais recursos saíram da região do que entraram
nela). A transferência será equivalente a 2,9% do PIB.
A taxa de desemprego chegou a
9,1%, a maior já registrada. A inflação média, depois de oito anos
de queda, crescerá em 2002 e ficará em torno de 12%, o dobro do
registrado em 2001.
Para a Argentina, a Cepal prevê
um crescimento de 2%, depois de
uma queda de 11% neste ano. O
Brasil deve ter um avanço de 1,5%
neste ano e de 1,8% em 2003.
"Eventos externos tiveram o
maior impacto, como o agravamento das condições financeiras
internacionais, a menor atividade
nos EUA e a queda no comércio
mundial", afirma o relatório.
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