São Paulo, quinta-feira, 19 de dezembro de 2002

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TRANSE LATINO

Segundo a Cepal, economia da região encolherá 0,5% neste ano, e PIB per capita ficará abaixo dos níveis de 97

América Latina tem "meia década perdida"

DA REDAÇÃO

A América Latina deverá voltar a crescer no ano que vem, depois de uma contração estimada em 0,5% neste ano, de acordo com relatório preliminar divulgado ontem pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe). Ainda assim, segundo a entidade, a região já amarga uma "meia década perdida".
Os últimos cinco anos, de acordo com o secretário-executivo, José Antonio Ocampo, representam uma "meia década perdida". Com a contração econômica deste ano, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita da região cairá abaixo dos níveis de 1997.
No acumulado dos últimos quatro anos, o PIB per capita já caiu 22,4% na Argentina. No Uruguai, o recuo foi de 20%. O PIB per capita da região encolherá 1,9% no ano, o segundo recuo seguido. No Brasil, haverá um tímido avanço de 0,2%.
Em 2003, prevê a Cepal, a América Latina crescerá 2,1%. Neste ano o desempenho foi afetado pelas crises na Argentina, no Uruguai e na Venezuela. A contração prevista de 0,5%, no entanto, é ligeiramente menos severa do que o recuo de 0,8% que a entidade da ONU (Organização das Nações Unidas) previa anteriormente.
Segundo o Banco Mundial, a América Latina será a única região do planeta que encerrará o ano em contração econômica. Pela primeira vez desde o final dos anos 80, a América Latina sofrerá uma transferência líquida de capitais (ou seja, mais recursos saíram da região do que entraram nela). A transferência será equivalente a 2,9% do PIB.
A taxa de desemprego chegou a 9,1%, a maior já registrada. A inflação média, depois de oito anos de queda, crescerá em 2002 e ficará em torno de 12%, o dobro do registrado em 2001.
Para a Argentina, a Cepal prevê um crescimento de 2%, depois de uma queda de 11% neste ano. O Brasil deve ter um avanço de 1,5% neste ano e de 1,8% em 2003.
"Eventos externos tiveram o maior impacto, como o agravamento das condições financeiras internacionais, a menor atividade nos EUA e a queda no comércio mundial", afirma o relatório.


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