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Agora, Lula quer lançar Gabinete do Desenvolvimento
ANDREA MICHAEL
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acerta os detalhes
para lançar um Gabinete de Desenvolvimento, no qual terão
assento permanente, sob sua
coordenação, os ministros da
Fazenda, Planejamento, Casa
Civil e Desenvolvimento.
Também está prevista a participação pontual no grupo do
presidente do Banco Central,
dos ministros da área de infra-estrutura, Agricultura e Trabalho e Emprego.
Lula pretende anunciar a
criação novo gabinete nesta
quinta-feira, dia 21, mesma data na qual o governo promete
tornar público um pacote econômico para o segundo mandato do presidente.
Os detalhes operacionais da
nova estrutura administrativa
do governo petista foram discutidos nas reuniões dos técnicos, que no último final de semana concluíam o desenho do
pacote.
O gabinete funcionaria como
um colegiado para acompanhar
o andamento e garantir a execução das medidas direcionadas para destravar o crescimento da economia a partir do
ano que vem.
Sempre que considerasse necessário, o presidente convocaria o gabinete para "prestar
contas" sobre o estágio de cada
uma delas.
O órgão seria criado para
atuar nos moldes da atual Junta Orçamentária -apesar de
não ser uma estrutura oficial, é
ela que decide sobre remanejamentos e cortes de despesas do
Orçamento da União.
O gabinete trabalharia no
mesmo modelo, com poder para adotar medidas relacionadas
às propostas para gerar desenvolvimento no país.
Medidas na prática
Com esse órgão extra-oficial,
o presidente Lula quer evitar a
repetição do que ocorre com
várias decisões do governo: elas
são tomadas, mas acabam não
sendo executadas por causa de
inúmeros entraves, como falta
de dinheiro e problemas burocráticos ou legais.
O gabinete teria também o
objetivo de tentar divulgar uma
nova fase do governo.
No primeiro mandato, prevaleceu a estabilidade macroeconômica e a rigidez das políticas
fiscal, monetária e cambial, sob
o comando de uma espécie de
gabinete da estabilidade, cujo
secretário-executivo era o ex-ministro da Fazenda Antonio
Palocci.
Agora, a idéia a ser vendida é
que o governo quer entrar num
período de crescimento sustentável, demonstrando capacidade para tocar obras consideradas prioritárias para acabar com os chamados gargalos
da economia -como estradas
em péssimo estado, portos ineficientes e risco futuro de falta
de energia.
Área fiscal mantida
Lula, porém, deseja enfatizar
que conseguirá adotar essa nova política sem quebrar compromissos na área fiscal, o que
até agora tem gerado dúvidas
entre empresários e analistas
do mercado financeiro que temem a manutenção da gastança do ano eleitoral.
Na rotina, os quatro ministros titulares do gabinete terão
sob sua responsabilidade direta
o acompanhamento de obras,
linhas de financiamento, programas de fomento, entre inúmeros outros itens, que seriam
capazes de esquentar a economia no novo governo Lula.
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