São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 2006

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Agora, Lula quer lançar Gabinete do Desenvolvimento

ANDREA MICHAEL
VALDO CRUZ

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acerta os detalhes para lançar um Gabinete de Desenvolvimento, no qual terão assento permanente, sob sua coordenação, os ministros da Fazenda, Planejamento, Casa Civil e Desenvolvimento.
Também está prevista a participação pontual no grupo do presidente do Banco Central, dos ministros da área de infra-estrutura, Agricultura e Trabalho e Emprego.
Lula pretende anunciar a criação novo gabinete nesta quinta-feira, dia 21, mesma data na qual o governo promete tornar público um pacote econômico para o segundo mandato do presidente.
Os detalhes operacionais da nova estrutura administrativa do governo petista foram discutidos nas reuniões dos técnicos, que no último final de semana concluíam o desenho do pacote.
O gabinete funcionaria como um colegiado para acompanhar o andamento e garantir a execução das medidas direcionadas para destravar o crescimento da economia a partir do ano que vem.
Sempre que considerasse necessário, o presidente convocaria o gabinete para "prestar contas" sobre o estágio de cada uma delas.
O órgão seria criado para atuar nos moldes da atual Junta Orçamentária -apesar de não ser uma estrutura oficial, é ela que decide sobre remanejamentos e cortes de despesas do Orçamento da União.
O gabinete trabalharia no mesmo modelo, com poder para adotar medidas relacionadas às propostas para gerar desenvolvimento no país.

Medidas na prática
Com esse órgão extra-oficial, o presidente Lula quer evitar a repetição do que ocorre com várias decisões do governo: elas são tomadas, mas acabam não sendo executadas por causa de inúmeros entraves, como falta de dinheiro e problemas burocráticos ou legais.
O gabinete teria também o objetivo de tentar divulgar uma nova fase do governo.
No primeiro mandato, prevaleceu a estabilidade macroeconômica e a rigidez das políticas fiscal, monetária e cambial, sob o comando de uma espécie de gabinete da estabilidade, cujo secretário-executivo era o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.
Agora, a idéia a ser vendida é que o governo quer entrar num período de crescimento sustentável, demonstrando capacidade para tocar obras consideradas prioritárias para acabar com os chamados gargalos da economia -como estradas em péssimo estado, portos ineficientes e risco futuro de falta de energia.

Área fiscal mantida
Lula, porém, deseja enfatizar que conseguirá adotar essa nova política sem quebrar compromissos na área fiscal, o que até agora tem gerado dúvidas entre empresários e analistas do mercado financeiro que temem a manutenção da gastança do ano eleitoral.
Na rotina, os quatro ministros titulares do gabinete terão sob sua responsabilidade direta o acompanhamento de obras, linhas de financiamento, programas de fomento, entre inúmeros outros itens, que seriam capazes de esquentar a economia no novo governo Lula.


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