São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 2006

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Gigantes da mídia preparam site para combater YouTube

NBC Universal, News Corp. e Viacom devem criar página para veicular seus programas

Novo endereço também terá vídeos caseiros; executivos temem que conflito entre as empresas possa prejudicar projeto

RICHARD SIKLOS
BILL CARTER

DO "NEW YORK TIMES"

Quando o YouTube se tornou um dos mais populares sites da web, no ano passado, muitos executivos de televisão o desconsideraram, classificando-o como fenômeno temporário e, em larga medida, ilegal.
Mas, depois que o Google adquiriu o site por US$ 1,65 bilhão, em outubro, eles adotaram posição radicalmente diferente. Subitamente, todos queriam enfrentá-lo diretamente.
Agora, algumas grandes empresas do setor de mídia, como NBC Universal, News Corp., Viacom e possivelmente CBS, estão perto de anunciar um novo site que oferecerá alguns de seus programas de televisão mais conhecidos, bem como outros clipes, em uma tentativa de criar um negócio de distribuição de vídeo na internet capaz de concorrer com o YouTube. O novo site talvez seja anunciado já na semana que vem.
Executivos desses grupos estão em negociações intensas quanto ao controle acionário e à estrutura de comando da nova empreitada, que ainda não tem nome -as conversações podem continuar até o fim do ano ou fracassar de vez.
"Eles realmente estão interessados em fazê-lo", disse um executivo ligado às negociações. No entanto, ele estimou, duvidando da capacidade de todos os envolvidos de cooperar na empreitada: "Dez minutos depois que começarem a trabalhar juntos, vão querer matar uns aos outros".
Nenhuma das empresas envolvidas quis comentar abertamente o assunto, mas executivos familiarizados com as discussões fizeram declarações sobre o caso, sob a condição de não terem seus nomes revelados. O site será bancado por publicidade e exibirá shows e clipes de todas as empresas participantes, além de encorajar os usuários a contribuir com vídeos ou outros materiais desenvolvidos por eles.

Obstáculos
Um site como esse enfrentaria imensos obstáculos. Todos os parceiros na empreitada estão cientes de que qualquer coisa que se assemelhe a um consórcio setorial, especialmente se o site se mostrar pouco ágil ou parecer antiquado diante dos concorrentes vindos do setor de tecnologia, representará um retrocesso.
A despeito do grande número de vídeos caseiros que o YouTube recebe e distribui, executivos de publicidade acreditam que o material da mídia tradicional atrairá a maior parte das verbas publicitárias à medida que o site se desenvolva.
Porém cada um dos parceiros envolvidos na criação do concorrente do Google chega com uma agenda própria e com potenciais conflitos. Um dos possíveis focos de problema é a News Corp., que controla a rede de TV Fox e o site de relacionamento MySpace.
Por trás da idéia do novo site, há a compreensão de que o modo de distribuição de vídeo via web não propicia boa receita às redes de TV. O sucesso do iTunes, por exemplo, gerou milhões de downloads de vídeos, mas não ofereceu alta lucratividade às empresas de mídia. "Os proprietários do conteúdo precisavam ficar com parte maior da maçã", disse um executivo envolvido.
Até agora, o YouTube fechou acordos prévios de licenciamento com CBS, Warner Music Group, Sony BMG e Universal Music. Analistas estimam que cada uma deva ganhar entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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