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Gigantes da mídia preparam site para combater YouTube
NBC Universal, News Corp. e Viacom devem criar página para veicular seus programas
Novo endereço também terá vídeos caseiros;
executivos temem que
conflito entre as empresas
possa prejudicar projeto
RICHARD SIKLOS
BILL CARTER
DO "NEW YORK TIMES"
Quando o YouTube se tornou um dos mais populares sites da web, no ano passado,
muitos executivos de televisão o desconsideraram, classificando-o como fenômeno temporário e, em larga medida, ilegal.
Mas, depois que o Google adquiriu o site por US$ 1,65 bilhão, em outubro, eles adotaram posição radicalmente diferente. Subitamente, todos queriam enfrentá-lo diretamente.
Agora, algumas grandes empresas do setor de mídia, como
NBC Universal, News Corp.,
Viacom e possivelmente CBS,
estão perto de anunciar um novo site que oferecerá alguns de
seus programas de televisão
mais conhecidos, bem como
outros clipes, em uma tentativa
de criar um negócio de distribuição de vídeo na internet capaz de concorrer com o YouTube. O novo site talvez seja anunciado já na semana que vem.
Executivos desses grupos estão em negociações intensas
quanto ao controle acionário e
à estrutura de comando da nova empreitada, que ainda não
tem nome -as conversações
podem continuar até o fim do
ano ou fracassar de vez.
"Eles realmente estão interessados em fazê-lo", disse um
executivo ligado às negociações. No entanto, ele estimou,
duvidando da capacidade de todos os envolvidos de cooperar
na empreitada: "Dez minutos
depois que começarem a trabalhar juntos, vão querer matar
uns aos outros".
Nenhuma das empresas envolvidas quis comentar abertamente o assunto, mas executivos familiarizados com as discussões fizeram declarações
sobre o caso, sob a condição de
não terem seus nomes revelados. O site será bancado por publicidade e exibirá shows e clipes de todas as empresas participantes, além de encorajar os
usuários a contribuir com vídeos ou outros materiais desenvolvidos por eles.
Obstáculos
Um site como esse enfrentaria imensos obstáculos. Todos
os parceiros na empreitada estão cientes de que qualquer coisa que se assemelhe a um consórcio setorial, especialmente
se o site se mostrar pouco ágil
ou parecer antiquado diante
dos concorrentes vindos do setor de tecnologia, representará
um retrocesso.
A despeito do grande número
de vídeos caseiros que o YouTube recebe e distribui, executivos de publicidade acreditam que o material da mídia tradicional atrairá a maior parte das
verbas publicitárias à medida
que o site se desenvolva.
Porém cada um dos parceiros
envolvidos na criação do concorrente do Google chega com
uma agenda própria e com potenciais conflitos. Um dos possíveis focos de problema é a News Corp., que controla a rede de TV Fox e o site de relacionamento MySpace.
Por trás da idéia do novo site,
há a compreensão de que o modo de distribuição de vídeo via
web não propicia boa receita às
redes de TV. O sucesso do iTunes, por exemplo, gerou milhões de downloads de vídeos, mas não ofereceu alta lucratividade às empresas de mídia.
"Os proprietários do conteúdo precisavam ficar com parte
maior da maçã", disse um executivo envolvido.
Até agora, o YouTube fechou
acordos prévios de licenciamento com CBS, Warner Music Group, Sony BMG e Universal Music. Analistas estimam
que cada uma deva ganhar entre US$ 100 milhões e US$ 150
milhões.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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