São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

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Brasil crescerá mais em 2009 do que vizinhos

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

As economias dos países de América Latina e Caribe crescerão, em média, apenas 1,9% em 2009, ano que marcará o fim de um período de expansão poucas vezes visto na região. O Brasil ficará à frente da média regional, com acréscimo de 2,1%.
Os números são da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, braço da ONU), que divulgou ontem seu balanço anual.
Embora preveja que os 28 países da zona não entrarão em recessão em 2009, o órgão considera um cenário otimista, com perda de fôlego da crise mundial a partir da metade do ano. Mas não rejeita que a recessão possa "continuar e se profundizar".
Impulsionada pela demanda externa e pelo avanço nas cotações de produtos básicos (como petróleo, minerais e grãos), a região, aponta a Cepal, teve crescimento médio de 5% por ano entre 2003 e 2008, com aumento do PIB per capita superior a 3%. Houve melhora nos indicadores do mercado de trabalho e menos 30 milhões de pessoas vivendo na pobreza.
Agora, com a retração mundial pós-crise (crescimento de 3,7% em 2008 ante 5% em 2007), a taxa de desemprego regional passaria de 7,5% neste ano para 7,8% a 8,1% em 2009, com aumento da informalidade. A Cepal estima ainda desaceleração da inflação -de 8,5% para 6%-, na esteira da queda em alimentos e combustíveis.
"Os motores do crescimento estão se apagando um a um", disse a secretária-executiva do órgão, Alicia Bárcena. O impacto da crise será maior em economias mais abertas e que comercializem mais (sobretudo manufaturas) com países desenvolvidos -o México, por exemplo, dependente dos EUA, tem a menor estimativa de crescimento da região -0,5%.
A entidade enumera cinco "canais reais" de transmissão da crise mundial à região: desaceleração das exportações, queda nos preços de bens primários, redução nas remessas de emigrantes, menor renda por turismo e retração do investimento estrangeiro direto.

Brasil
A Cepal destaca a expansão da atividade no país em 2008. Cita crescimento de 15% no investimento bruto fixo no primeiro semestre e o salto de 14,3% a 17,1% do indicador como porcentagem do PIB desde 2005.


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