São Paulo, sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

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Petróleo em queda afeta ações; Bolsa de SP cai 1%

Petrolíferas recuam pelo mundo com óleo a US$ 36

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com as ações da Petrobras ladeira abaixo, a Bovespa não encontrou espaço para escapar das perdas no pregão de ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo chegou ao fim de suas operações com baixa de 1,03%.
Para os papéis da Petrobras, não houve como ignorar mais um dia de forte depreciação do petróleo. Apesar de a Opep ter anunciado anteontem o esperado corte em sua produção, o barril de petróleo caiu ontem mais de 9%, para terminar cotado a US$ 36,22.
As ações da estatal responderam por 25% da movimentação de ontem. O papel preferencial da petrolífera, o mais negociado da Bolsa paulista, terminou com baixa de 3,49%; o ordinário recuou 5,19%.
Os papéis do setor foram destaque de perdas também no exterior. Em Wall Street, onde o índice Dow Jones perdeu 2,49%, a Exxon Mobil teve desvalorização de 5,66%, enquanto a Chevron perdeu 4,67%.
Na Bolsa de Londres, que subiu 0,15%, as ações da petrolífera BP PLC caíram 2,05%.
As dificuldades em se alcançar uma forma de socorrer as montadoras americanas também seguiram como um dos pontos de preocupação do mercado. Rumores de que a Chrysler negocia uma fusão com a General Motors movimentaram o segmento ontem. Na Bolsa de Nova York, as ações da GM baixaram 15,5%.
Além da Petrobras, as ações da Vale e dos bancos privados prejudicaram o desempenho da Bovespa. Antes de as perdas dos papéis mais negociados se aprofundarem, o índice Ibovespa cravou 40.497 pontos, com valorização de 1,38%. Mas a Bolsa tem demonstrado dificuldades para fechar acima dos 40 mil pontos.
No fim do pregão, o Ibovespa marcou 39.536 pontos. No mês, o índice registra valorização acumulada de 8,03%. No acumulado do ano, a queda ainda é elevada: 38,1%.
A ação preferencial "A" da Vale, a segunda de maior peso na Bolsa, encerrou o pregão com queda de 4,09%.
No setor bancário, a ação PN do Itaú teve desvalorização de 1,96%. Logo atrás apareceram Bradesco PN, com baixa de 1,49%, e Unibanco UNT, que recuou 1,17%.
Na ponta das altas, houve destaque para Brasil Telecom Participações PN, que se apreciou 8,10%, movida pela expectativa de aprovação da operação com a Oi.

Câmbio
O dólar encerrou as operações de ontem em alta, mesmo com as atuações do Banco Central. A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 2,359, com apreciação de 0,51% diante do real.
"As pressões mais intensas nos mercados de moedas, internacional e local, devem se amenizar a partir de amanhã [hoje], quando os investidores praticamente devem encerrar os ajustes de suas posições para o final de ano. No entanto, os movimentos devem seguir atípicos, uma vez que, como uma grande parte dos investidores entra em recesso até o início de janeiro, os volumes devem ficar ainda mais reduzidos", afirma Miriam Tavares, diretora da corretora de câmbio AGK.
O BC fez ontem leilão para vender dólares ao mercado, além de realizar oferta de contratos de "swap cambial" (títulos que pagam a variação do câmbio). Por meio de suas atuações no câmbio em diversas frentes, a autoridade monetária já utilizou US$ 53,4 bilhões, segundo anunciou ontem. Mas o máximo que conseguiu foi atenuar a pressão sobre o câmbio. O dólar registra valorização de 32,75% no ano. Neste mês, a alta está em 1,90%.


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