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GRANDES FORTUNAS
Júlio Bozano tem patrimônio estimado em US$ 1,3 bilhão pela revista "Forbes"
Privatização foi trampolim dos negócios
FREDERICO VASCONCELOS
da Reportagem Local
A venda do Banco Bozano, Simonsen pode retirar o status de
banqueiro do controlador, o
gaúcho Júlio Rafael de Aragão
Bozano. Mas, além dos milhões
acrescentados à sua fortuna, a
biografia desse empresário muito esperto foi enriquecida com
mais um negócio bem-sucedido.
Seu grupo é conhecido pelos
métodos modernos de gestão,
mas o grande trampolim foi a
privatização de estatais.
Júlio Bozano não é um banqueiro no estilo tradicional. Há
vários anos frequenta a lista dos
bilionários da revista norte-americana "Forbes", com uma
fortuna estimada em US$ 1,3 bilhão. Tem investimentos em
shoppings e na agropecuária.
No final dos anos 80, o banco
Bozano, Simonsen chegou a enfrentar dificuldades. O grande
lance surgiu com a percepção de
que as "moedas podres" -títulos da Sunaman e Siderbrás-
poderiam ser usadas nos leilões
de privatização.
O grupo liderou as participações do setor bancário nas privatizações, mas em 1997 já havia
saído da maioria das empresas.
Em 1994, associado a dois fundos de pensão, adquiriu 85,5%
das ações ordinárias da Embraer. No ano passado, foi aberta uma polêmica, a partir de negociações com um consórcio
francês, o que poderia levar à
mudança de controle. Os controladores da Embraer, segundo
a Aeronáutica, teriam deixado
de cumprir o compromisso de
reinvestir os lucros.
Júlio Bozano partiu com apetite para o varejo bancário, quando arrematou o Meridional, pelo
qual pagou um valor 54,97% acima do mínimo.
O Meridional tinha créditos
tributários de mais de R$ 200
milhões. Mas, para usá-los, deveria apresentar lucros, o que
não era previsto no curto prazo.
Parte do patrimônio do Bozano
foi colocado no Meridional.
Com a estratégia, o Bozano, Simonsen passou a ser controlado
pelo banco comprado.
O nome Bozano, Simonsen
(com a vírgula no meio) surgiu
em 1961, quando Júlio Bozano
abandonou o curso de arquitetura e criou, com o ex-ministro
Mário Henrique Simonsen
(morto em 1997), uma empresa
de planejamento financeiro.
Bozano tem como principal
hobby a criação de cavalos. Ele é
casado com Inês Paiva de Castro, ex-veterinária de um de seus
haras. Seu projeto pessoal, hoje,
é ser presidente do Jockey Clube,
no Rio de Janeiro.
Pelo desempenho nas privatizações, Bozano, ao lado de Benjamin Steinbruch, do grupo Vicunha, chegou a ser identificado
como exemplo de "empresário
global". Por ironia, a venda do
seu banco reflete o outro lado da
globalização: no varejo bancário, só deverão permanecer os
realmente grandes no ramo.
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