São Paulo, sábado, 20 de janeiro de 2001

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VOLTA AO MUNDO EM DEZ DIAS
Montadora quer anistia a multa e redução de impostos para construir fábrica no Brasil

Pressão por incentivo à Kia irrita governo

DA ENVIADA ESPECIAL A SEUL

A pressão da Hyundai, maior conglomerado da Coréia do Sul, e de autoridades sul-coreanas para o governo brasileiro conceder novos incentivos fiscais para a Kia Motors instalar uma fábrica no Brasil provocou um incidente diplomático no último dia da visita do presidente FHC ao país.
Os jornais coreanos divulgaram nas edições de ontem versão do governo dizendo que FHC concordara em estender até 2003 o prazo para a instalação da fábrica e em conceder benefícios fiscais na importação de máquinas, equipamentos e matérias-primas para a fabricação de veículos.
O noticiário irritou a comitiva de FHC. "Estão fazendo uma pressão excessiva", reclamou o chanceler interino, Luiz Felipe Seixas Corrêa.
O chanceler cobrou explicações sobre a versão oficial favorável à Kia, comprada recentemente pela Hyundai, do embaixador da Coréia no Brasil, Lee Won-young, que acompanha a visita de FHC.
"Disse a ele que ficamos preocupados com isso. O presidente disse claramente que não está em condições de prorrogar os incentivos", relatou Seixas Corrêa.
O governo admite abrir mão da multa de R$ 130 milhões pelo atraso, mas descarta a redução de até 50% nos impostos para a nova fábrica, que deveria ficar pronta até 31 de dezembro deste ano, data em que terminam os benefícios do regime automotivo.
O governo também não abre mão de cobrar R$ 80 milhões de impostos devidos pela importação de veículos no pacote do regime automotivo.
Apesar do mal-estar com o caso Kia, FHC recebeu ontem para uma conversa dirigentes da Hyundai. A empresa promete investir até 2003 US$ 150 milhões na construção da fábrica no Brasil.


A jornalista Marta Salomon e o repórter fotográfico Sérgio Lima viajam a convite no avião presidencial por falta de vôos comerciais adequados ao mesmo trajeto. As despesas de alimentação e hospedagem são custeadas pela Folha.



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