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VOLTA AO MUNDO EM DEZ DIAS
Montadora quer anistia a multa e redução de impostos para construir fábrica no Brasil
Pressão por incentivo à Kia irrita governo
DA ENVIADA ESPECIAL A SEUL
A pressão da Hyundai, maior
conglomerado da Coréia do Sul, e
de autoridades sul-coreanas para
o governo brasileiro conceder novos incentivos fiscais para a Kia
Motors instalar uma fábrica no
Brasil provocou um incidente diplomático no último dia da visita
do presidente FHC ao país.
Os jornais coreanos divulgaram
nas edições de ontem versão do
governo dizendo que FHC concordara em estender até 2003 o
prazo para a instalação da fábrica
e em conceder benefícios fiscais
na importação de máquinas,
equipamentos e matérias-primas
para a fabricação de veículos.
O noticiário irritou a comitiva
de FHC. "Estão fazendo uma
pressão excessiva", reclamou o
chanceler interino, Luiz Felipe
Seixas Corrêa.
O chanceler cobrou explicações
sobre a versão oficial favorável à
Kia, comprada recentemente pela
Hyundai, do embaixador da Coréia no Brasil, Lee Won-young,
que acompanha a visita de FHC.
"Disse a ele que ficamos preocupados com isso. O presidente disse claramente que não está em
condições de prorrogar os incentivos", relatou Seixas Corrêa.
O governo admite abrir mão da
multa de R$ 130 milhões pelo
atraso, mas descarta a redução de
até 50% nos impostos para a nova
fábrica, que deveria ficar pronta
até 31 de dezembro deste ano, data em que terminam os benefícios
do regime automotivo.
O governo também não abre
mão de cobrar R$ 80 milhões de
impostos devidos pela importação de veículos no pacote do regime automotivo.
Apesar do mal-estar com o caso
Kia, FHC recebeu ontem para
uma conversa dirigentes da
Hyundai. A empresa promete investir até 2003 US$ 150 milhões na
construção da fábrica no Brasil.
A jornalista Marta Salomon e o repórter
fotográfico Sérgio Lima viajam a convite no avião presidencial por falta de
vôos comerciais adequados ao mesmo
trajeto. As despesas de alimentação e
hospedagem são custeadas pela Folha.
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