São Paulo, terça-feira, 20 de janeiro de 2009

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Slim deve investir US$ 250 mi no "NYT"

Negócio está "perto" de ser fechado pelo bilionário mexicano, diz o jornal, cuja dívida alcança US$ 1,1 bi

DA REDAÇÃO

O bilionário mexicano Carlos Slim "está perto" de fechar um investimento de US$ 250 milhões no "The New York Times", segundo notícia do próprio jornal.
Até a conclusão desta edição, o diário dizia que seu conselho de administração deveria se reunir ontem para discutir o negócio e divulgar um comunicado ainda hoje.
Segundo a reportagem do "Times", o investimento de Slim seria "na forma de títulos corporativos de dez anos, conversíveis em ações comuns", uma operação "similar a um empréstimo". Fontes do jornal, no entanto, disseram que "vários detalhes precisam ser finalizados e é possível que o negócio possa falhar".
O empresário "espera obter dividendos anuais, talvez até de 10%", diz a reportagem, que diz que Slim "será o maior acionista" do "Times", com "um terço dos seus títulos", mais que os 19% da família Sulzberger, que controla o jornal e tem direitos especiais de voto. Slim não deve, no entanto, ter assento no conselho de administração.
O empresário mexicano já tem uma participação acionária de 6,4%, fruto de um investimento de US$ 128 milhões, feito nas vésperas da crise, em setembro do ano passado. Os mesmos papéis valem hoje US$ 58 milhões.
O mais tradicional jornal americano enfrenta sérios problemas financeiros. Segundo o "Wall Street Journal", o "Times" tem uma dívida de US$ 1,1 bilhão. Há duas semanas, pela primeira vez na sua história, o jornal publicou um anúncio na primeira página.
A negociação acontece às vésperas do vencimento de uma linha de crédito de US$ 400 milhões, em maio. O jornal também estuda uma operação de venda e leasing de sua sede de 52 andares, em Manhattan, para levantar US$ 250 milhões.

Perfil
Carlos Slim Helú, 68, é o segundo homem mais rico do mundo, de acordo com o último ranking da "Forbes". Segundo a revista, o mexicano é dono de uma fortuna de US$ 60 bilhões (estimada antes da crise).
Filho de imigrantes libaneses, Slim é colecionador de arte. Seu acervo pode ser visito no Museu Soumaya, na Cidade do México, que leva o nome de sua mulher, que já morreu. O empresário tem seis filhos e vive na capital mexicana.
Slim ganhou notoriedade quando comprou a Telmex, antiga estatal de telefonia mexicana, privatizada em 1990. Pelo contrato, pôde operar sem regulação governamental por seis anos, o que lhe valeu acusações de monopolizar o mercado de telefonia em seu país.
Quando comprou a Telmex, Slim já era dono da antiga companhia de celulares Telcel, que virou América Móvil. A companhia teve um crescimento vertiginoso nos anos 1990, ampliando suas operações para 17 países do continente. No México, domina 90% do mercado.
No Brasil, Slim é dono das companhias telefônicas Claro (celular) e Embratel). O empresário tem investimentos em setores do varejo, construção civil, cigarros e hotelaria.

Com agências internacionais



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