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Slim deve investir US$ 250 mi no "NYT"
Negócio está "perto" de ser fechado pelo bilionário mexicano, diz o jornal, cuja dívida alcança US$ 1,1 bi
DA REDAÇÃO
O bilionário mexicano Carlos
Slim "está perto" de fechar um
investimento de US$ 250 milhões no "The New York Times", segundo notícia do próprio jornal.
Até a conclusão desta edição,
o diário dizia que seu conselho
de administração deveria se
reunir ontem para discutir o
negócio e divulgar um comunicado ainda hoje.
Segundo a reportagem do
"Times", o investimento de
Slim seria "na forma de títulos
corporativos de dez anos, conversíveis em ações comuns",
uma operação "similar a um
empréstimo". Fontes do jornal,
no entanto, disseram que "vários detalhes precisam ser finalizados e é possível que o negócio possa falhar".
O empresário "espera obter
dividendos anuais, talvez até de
10%", diz a reportagem, que diz
que Slim "será o maior acionista" do "Times", com "um terço
dos seus títulos", mais que os
19% da família Sulzberger, que
controla o jornal e tem direitos
especiais de voto. Slim não deve, no entanto, ter assento no
conselho de administração.
O empresário mexicano já
tem uma participação acionária de 6,4%, fruto de um investimento de US$ 128 milhões,
feito nas vésperas da crise, em
setembro do ano passado. Os
mesmos papéis valem hoje US$
58 milhões.
O mais tradicional jornal
americano enfrenta sérios problemas financeiros. Segundo o
"Wall Street Journal", o "Times" tem uma dívida de US$ 1,1
bilhão. Há duas semanas, pela
primeira vez na sua história, o
jornal publicou um anúncio na
primeira página.
A negociação acontece às
vésperas do vencimento de
uma linha de crédito de US$
400 milhões, em maio. O jornal
também estuda uma operação
de venda e leasing de sua sede
de 52 andares, em Manhattan,
para levantar US$ 250 milhões.
Perfil
Carlos Slim Helú, 68, é o segundo homem mais rico do
mundo, de acordo com o último
ranking da "Forbes". Segundo a
revista, o mexicano é dono de
uma fortuna de US$ 60 bilhões
(estimada antes da crise).
Filho de imigrantes libaneses, Slim é colecionador de arte.
Seu acervo pode ser visito no
Museu Soumaya, na Cidade do
México, que leva o nome de sua
mulher, que já morreu. O empresário tem seis filhos e vive
na capital mexicana.
Slim ganhou notoriedade
quando comprou a Telmex, antiga estatal de telefonia mexicana, privatizada em 1990. Pelo
contrato, pôde operar sem regulação governamental por seis
anos, o que lhe valeu acusações
de monopolizar o mercado de
telefonia em seu país.
Quando comprou a Telmex,
Slim já era dono da antiga companhia de celulares Telcel, que
virou América Móvil. A companhia teve um crescimento vertiginoso nos anos 1990, ampliando suas operações para 17
países do continente. No México, domina 90% do mercado.
No Brasil, Slim é dono das
companhias telefônicas Claro
(celular) e Embratel). O empresário tem investimentos em setores do varejo, construção civil, cigarros e hotelaria.
Com agências internacionais
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