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CASA PRÓPRIA
Bancos já aplicam acima do teto, diz BC
Crédito imobiliário
pode não aumentar
ALEX RIBEIRO
da Sucursal de Brasília
Estudo do Banco Central mostra
que o crescimento dos depósitos
em caderneta de poupança não deve provocar, pelo menos por enquanto, aumento na oferta de financiamentos para a casa própria.
No final de 96, os depósitos voltaram a superar os saques nas cadernetas de poupança. De outubro
até o último dia 13 de fevereiro, a
captação chegou a R$ 9,173 bilhões.
Pelas regras atuais, os bancos estão obrigados a fazer empréstimos
habitacionais com parte dos recursos captados em poupança.
Mas, segundo o BC, a captação
extra na poupança não deve provocar aumento da oferta de financiamentos, pois os bancos já têm
carteiras habitacionais com tamanho suficiente para cumprir as regras.
Os bancos são obrigados a destinar à casa própria 70% dos recursos depositados em poupança.
As instituições calculam o saldo
em poupança no mês anterior, ou
a média dos últimos seis meses, e
destinam 70% para habitação.
Por essa conta, os bancos privados tinham que ter em dezembro
um total de R$ 19,775 bilhões destinados à habitação.
Naquele mês, entretanto, a aplicação em habitação chegava a R$
21,284 bilhões. Ou seja, os bancos
privados haviam ultrapassado em
7,63% o exigido. Segundo o BC,
entre todas as instituições, os bancos privados são os que se mantêm
mais próximos do exigido.
Os bancos públicos ultrapassaram essa linha em 18,81%, e as caixas econômicas, em 160,77%.
Ou seja: é pouco provável que o
aumento dos depósitos em poupança force as instituições a abrir
novos financiamentos.
Isso só ocorrerá se a poupança
mantiver nos próximos meses a
mesma captação positiva.
Em fevereiro, porém, a captação
vem sendo menor. Até o dia 13, os
saques superaram os depósitos em
R$ 198 milhões. Em 13 de janeiro, a
captação chegava a R$ 1,405 bilhão. Nem todos os recursos que
os bancos estão obrigados a aplicar
em habitação acabam se transformando em financiamentos à casa
própria.
É que os bancos podem abater os
créditos que têm junto ao FCVS
(Fundo de Compensação de Variações Salariais). Essa é uma dívida do Tesouro com os bancos, decorrente de subsídios a antigos financiamentos habitacionais.
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