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SINDICALISMO
Pesquisa do instituto mostra que a central tem menos filiados do que em 1991, mas mantém a hegemonia
CUT perde terreno para a Força, diz IBGE
BONANÇA MOUTEIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) perdeu terreno para
a Força Sindical nos últimos dez
anos, na proporção de sindicatos
filiados, mas mantém a hegemonia no sindicalismo brasileiro. A
central mais antiga do país, criada
em agosto de 1983, representa
atualmente 66% dos 4.304 sindicatos filiados às centrais. Há dez
anos, respondia por 74%.
No mesmo período, a porcentagem de sindicatos filiados à Força,
fundada em março de 91, passou
de 13% para 19%. As outras centrais -CGT (Confederação Geral
dos Trabalhadores), SDS (Social
Democracia Sindical) e CAT
(Central Autônoma dos Trabalhadores- têm, juntas, 15%.
Os dados fazem parte da Pesquisa Sindical referente ao período de 1991 a 2001, divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em 2001, do total de 11.354 sindicatos de trabalhadores, 38% estavam filiados às centrais, contra
30% na pesquisa anterior (1987 a
1991). Juntos, esses sindicatos representavam 10,211 milhões de
empregados, pouco mais da metade dos 19,528 milhões de trabalhadores sindicalizados.
Ontem, ao apresentar os resultados da pesquisa, Marco Cicero
Maciel, do IBGE, disse que as centrais fortaleceram-se nos últimos
anos.
A pesquisa apontou ritmo acelerado nas filiações à Força Sindical, que, em 2001, alcançou 839
sindicatos representados, ou
185% a mais do que em 1991. A
CUT chegou a 2.834, com aumento de 70%, e a CGT, a 238, com
crescimento de 133%.
O presidente da Força, Paulo
Pereira da Silva, contestou os dados da pesquisa. Segundo ele, "os
números [do IBGE" são antigos e
não refletem a realidade".
A Força afirma ter hoje 1.842
sindicatos filiados, representando
16 milhões de trabalhadores na
base, não necessariamente todos
associados.
Já a CUT informa que atualmente são 3.321 sindicatos filiados e 22,2 milhões de trabalhadores na base. Pelo IBGE, em 2001 a
CUT tinha 7,24 milhões de associados e a Força, 2,05 milhões.
De acordo com o IBGE, a CUT é
a única central em que mais da
metade dos sindicatos filiados
(55%) ultrapassa mil associados.
Já a Força tem entre seus filiados
alguns dos mais fortes sindicatos
de São Paulo (e do país): os trabalhadores da construção civil, os
comerciários e os metalúrgicos.
Nos últimos dez anos, o número
de sindicatos (de empregados e
patronais) cresceu 75% -média
de 3,3% ao ano. O número de sindicatos de empregados cresceu
3,7% ao ano, totalizando 11.354
em 2001. Os sindicatos de patrões
avançaram 2,3% ao ano, somando 4.607.
O gerente da pesquisa, Eduardo
Luiz de Mendonça, destacou o aumento dos sindicatos de servidores públicos, cuja taxa de crescimento anual foi de 9,8%.
A pesquisa do IBGE mostrou
que não houve acréscimo no índice de sindicalização: 26% dos 75,4
milhões de pessoas ocupadas são
filiadas a algum sindicato, índice
que se manteve estável ao longo
da década de 90.
Foi detectado o crescimento de
pequenos sindicatos, movimento
que o IBGE chamou de "atomização da representação sindical". A
média de associados caiu 18%, de
2.149 para 1.720.
Entre os grupos que mais cresceram, dois destaques: as categorias agrupadas em transportes rodoviários (11,2%), efeito da expansão de vans e novas profissões, como motoboys; e empregados de turismo e hospitalidade
(4,6%).
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