São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2004

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Investidor estrangeiro traz US$ 993 milhões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil recebeu US$ 993 milhões em investimentos estrangeiros diretos no mês passado, de acordo com o Banco Central. O valor é 9,7% maior do que o resultado apurado em janeiro de 2003. Está distante, portanto, do crescimento de 30% esperado pelo BC para o ingresso de capital externo no país neste ano.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, afirma, porém, que os números observados até agora estão dentro do esperado. "As intenções das empresas em investir estão muito mais fortes hoje", diz.
Neste mês, de acordo com dados parciais fechados ontem, os investimentos recebidos pelo Brasil somam US$ 451 milhões. Lopes diz que esse número deve chegar a US$ 700 milhões até o final de fevereiro.
O BC diz que os investimentos estrangeiros diretos devem chegar a US$ 13 bilhões em 2004 -foram US$ 10,144 bilhões no ano passado. Lopes afirma que o ingresso de dólares deve se acelerar com as expectativas de recuperação da economia neste ano.
Se os investimentos estrangeiros no Brasil permanecem estáveis, os empréstimos obtidos pelo setor privado no exterior têm crescido. No mês passado, de acordo com o BC, as empresas obtiveram US$ 1,107 bilhão em financiamentos externos.
Esse valor equivale a 234% das parcelas da dívida externa que venceram no período. Em janeiro de 2003, as empresas haviam conseguido renovar apenas 16% dos empréstimos que estavam vencendo na ocasião.
No final de 2002 e início de 2003, os investidores ainda estavam receosos em direcionar seus recursos para o Brasil devido ao processo de transição para o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Agora, a preocupação está na possibilidade de uma alta dos juros nos EUA.
Um aumento nos juros tenderia a atrair mais dinheiro do mercado internacional para os EUA, prejudicando os emergentes. Lopes diz que, mesmo que isso aconteça, as captações que estão sendo feitas neste início de ano servirão para compensar uma eventual falta de dólares no curto prazo.


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