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BB tem ganho recorde de R$ 8,8 bi em 2008
Resultado é inflado por ganhos extraordinários, como os gerados pela Previ; sem efeitos extras, lucro é de R$ 6,68 bi
Crédito tem expansão de
39% no ano, enquanto a
inadimplência recua; para 2009, previsão é de alta
de 17% nos empréstimos
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O lucro líquido do Banco do
Brasil, turbinado por ganhos
extraordinários, atingiu inéditos R$ 8,803 bilhões em 2008.
A cifra representou uma elevação de 74% em relação ao resultado obtido em 2007. Sem os
efeitos extraordinários, o resultado do banco ficou em R$
6,685 bilhões -ainda assim,
um montante recorde.
Com o maior crescimento já
registrado desde 2000, a carteira de crédito do BB deu um salto de 39,9% em 12 meses, para
encerrar o ano em R$ 224,8 bilhões, sendo fundamental para
seu resultado. Para este ano, a
previsão do banco é a de que,
em meio à esperada desaceleração econômica, o crédito cresça
a um ritmo bem menor, em torno de 17%.
O resultado do BB em 2008
sofreu relevante influência de
efeitos extraordinários, tanto
positivos quanto negativos. Por
um lado, houve o fundo de pensão Previ, que contribuiu com
R$ 5,326 bilhões por meio de
ganhos atuariais que foram, pela primeira vez, reconhecidos.
Por outro, houve o aumento de
R$ 1,594 bilhão na provisão adicional para créditos duvidosos.
No quarto trimestre, esses
impactos contábeis foram especialmente fortes. O lucro no
período sem efeitos extraordinários ficou em R$ 1,626 bilhão
-queda de 20% em relação ao
terceiro trimestre. Já com os
efeitos, sobe a R$ 2,944 bilhões,
o que representa uma alta de
57,7% em relação ao trimestre
anterior.
Mesmo com o quarto trimestre não tendo sido tão ruim para o resultado das instituições
financeiras como alguns analistas previam, os bancos têm elevado a provisão para possíveis
perdas com crédito. Isso demonstra o receio das instituições em relação ao risco de aumento da inadimplência, em
meio a um cenário de crescente
perda de renda e trabalho.
"O provisionamento é prudencial. Estamos no meio de
uma crise. Não esperamos uma
grande piora na inadimplência,
mas achamos por bem montar
um colchão para eventuais problemas", afirmou Antonio
Francisco de Lima Neto, presidente do Banco do Brasil.
Em 2008, a inadimplência do
BB acima de 90 dias no segmento de pessoa física, que é o
mais arriscado, recuou para
5,9%, vindo de 6,3% em 2007.
Para Paulo Esteves, chefe de
análise da Gradual Corretora,
"o resultado do banco em 2008
foi bem positivo". "A preocupação agora é 2009. Há o temor de
que o governo force uma expansão no crédito, somada a
uma compressão das taxas. Isso
poderia comprometer um pouco seu resultado neste ano."
Imóveis para baixa renda
O presidente do BB confirmou que a instituição se prepara para atuar no segmento de financiamento de imóveis para
baixa renda -como antecipou
a Folha na última terça-feira. A
decisão foi tomada por ordem
do presidente Lula.
Os planos do banco para o
segmento vão ser anunciados
após o governo apresentar seu
esperado pacote de incentivo à
construção civil.
Lima Neto afirmou que o BB
tem 18 milhões de correntistas
com renda de até três salários
mínimos, o que justifica a atuação nesse nicho imobiliário. "O
banco estar presente no crédito [imobiliário] ao segmento de
menor renda é natural. Estaremos presentes por questão empresarial. Isso não está violentando o planejamento estratégico do banco", disse.
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