São Paulo, sexta-feira, 20 de março de 2009

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Petróleo supera US$ 50 em NY e impulsiona Bolsa de SP

Ações da Petrobras sobem mais de 3%, e Bovespa avança 0,78%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A escalada do petróleo acabou por ser decisiva para a Bovespa escapar do vermelho ontem. Com a influência positiva do encarecimento do produto sobre as ações da Petrobras, a Bolsa de Valores de São Paulo conseguiu encerrar as operações com valorização de 0,78%.
O barril de petróleo saltou ontem acima dos US$ 50 e alcançou seu mais elevado patamar desde novembro do ano passado. A decisão do Fed (o banco central dos EUA) de tomar novas medidas para estimular o crédito, anunciada na quarta-feira, alimentou as altas das commodities no exterior.
Isso ocorreu ante a expectativa de um futuro aquecimento da debilitada economia norte-americana.
O mercado acionário nos Estados Unidos terminou em baixa, pois os papéis de empresas ligadas às commodities não têm peso tão expressivo por lá, como ocorre na Bovespa. O índice de ações Dow Jones, que reúne as 30 ações de maior liquidez, recuou 1,15%.
O petróleo encerrou com alta de 7,2% em Nova York, cotado a US$ 51,61.
As ações da Petrobras, que responderam por 28% do total negociado na Bovespa ontem, fecharam com valorização de 3,77% (ordinárias) e 3,35% (preferenciais).
Já a apreciação das commodities metálicas favoreceu os ganhos do setor de siderurgia e mineração na Bolsa. O cobre, por exemplo, subiu 5,5% no mercado internacional.
No setor, o principal destaque foi Usiminas PNA, que teve valorização de 6,38%; Vale ON subiu 2,11%; e Companhia Siderúrgica Nacional ON, 1,63%.
Operadores afirmaram que a alta dessas ações teve participação de compras mais expressivas feitas por investidores estrangeiros. Neste mês, o saldo das operações do segmento na Bolsa está positivo em R$ 253,7 milhões, no dia 16. Em fevereiro, o balanço foi positivo -pela primeira vez desde maio de 2008- em R$ 544,1 milhões.
Quem não teve bom desempenho ontem foi o setor bancário. As quedas atingiram os papéis dos principais bancos: Bradesco PN caiu 3,18%; Unibanco UNT recuou 3,08%; e Itaú PN perdeu 2,55%. A única exceção foi a ação ON do Banco do Brasil, que subiu 1,86%.
Os papéis dos bancos nacionais têm acompanhado de perto as oscilações de seus pares no exterior. Ontem as instituições financeiras decepcionaram e terminaram em queda em Wall Street, após serem destaque de ganhos na semana passada. No setor, houve baixas expressivas, como as registradas por Citigroup (-15,58%) e Bank of America (-9,65%).

Juros menores
O Copom divulgou ontem a ata de sua última reunião, quando baixou a taxa Selic de 12,75% para 11,25%. No documento, o comitê demonstrou maior preocupação com o desaquecimento econômico, o que foi traduzido como sinal de que o ciclo de redução dos juros vai prosseguir (leia à pág. B4).
Mesmo que o mercado já contasse com a diminuição da taxa Selic nos próximos meses, os contratos de juros futuros da BM&F recuaram ainda mais.
No contrato que vence na virada do ano -e aponta as projeções para os juros no fim de 2009-, a taxa recuou de 9,83% para 9,73% anuais. Durante as operações, o contrato chegou a marcar 9,66%.
O dólar iniciou as operações com queda expressiva, sendo cotado a R$ 2,225 na mínima do dia. Mas a moeda não se sustentou nesse patamar, cedendo às pressões dos investidores. No fim das operações, o dólar era vendido a R$ 2,249, com leve baixa de 0,09%.


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