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Petróleo supera US$ 50 em NY e impulsiona Bolsa de SP
Ações da Petrobras sobem mais
de 3%, e Bovespa avança 0,78%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A escalada do petróleo acabou por ser decisiva para a Bovespa escapar do vermelho ontem. Com a influência positiva
do encarecimento do produto
sobre as ações da Petrobras, a
Bolsa de Valores de São Paulo
conseguiu encerrar as operações com valorização de 0,78%.
O barril de petróleo saltou
ontem acima dos US$ 50 e alcançou seu mais elevado patamar desde novembro do ano
passado. A decisão do Fed (o
banco central dos EUA) de tomar novas medidas para estimular o crédito, anunciada na
quarta-feira, alimentou as altas
das commodities no exterior.
Isso ocorreu ante a expectativa
de um futuro aquecimento da
debilitada economia norte-americana.
O mercado acionário nos Estados Unidos terminou em baixa, pois os papéis de empresas
ligadas às commodities não
têm peso tão expressivo por lá,
como ocorre na Bovespa. O índice de ações Dow Jones, que
reúne as 30 ações de maior liquidez, recuou 1,15%.
O petróleo encerrou com alta
de 7,2% em Nova York, cotado
a US$ 51,61.
As ações da Petrobras, que
responderam por 28% do total
negociado na Bovespa ontem,
fecharam com valorização de
3,77% (ordinárias) e 3,35%
(preferenciais).
Já a apreciação das commodities metálicas favoreceu os
ganhos do setor de siderurgia e
mineração na Bolsa. O cobre,
por exemplo, subiu 5,5% no
mercado internacional.
No setor, o principal destaque foi Usiminas PNA, que teve
valorização de 6,38%; Vale ON
subiu 2,11%; e Companhia Siderúrgica Nacional ON, 1,63%.
Operadores afirmaram que a
alta dessas ações teve participação de compras mais expressivas feitas por investidores estrangeiros. Neste mês, o saldo
das operações do segmento na
Bolsa está positivo em R$ 253,7
milhões, no dia 16. Em fevereiro, o balanço foi positivo -pela
primeira vez desde maio de
2008- em R$ 544,1 milhões.
Quem não teve bom desempenho ontem foi o setor bancário. As quedas atingiram os papéis dos principais bancos: Bradesco PN caiu 3,18%; Unibanco
UNT recuou 3,08%; e Itaú PN
perdeu 2,55%. A única exceção
foi a ação ON do Banco do Brasil, que subiu 1,86%.
Os papéis dos bancos nacionais têm acompanhado de perto as oscilações de seus pares
no exterior. Ontem as instituições financeiras decepcionaram e terminaram em queda
em Wall Street, após serem
destaque de ganhos na semana
passada. No setor, houve baixas
expressivas, como as registradas por Citigroup (-15,58%) e
Bank of America (-9,65%).
Juros menores
O Copom divulgou ontem a
ata de sua última reunião,
quando baixou a taxa Selic de
12,75% para 11,25%. No documento, o comitê demonstrou
maior preocupação com o desaquecimento econômico, o
que foi traduzido como sinal de
que o ciclo de redução dos juros
vai prosseguir (leia à pág. B4).
Mesmo que o mercado já
contasse com a diminuição da
taxa Selic nos próximos meses,
os contratos de juros futuros da
BM&F recuaram ainda mais.
No contrato que vence na virada do ano -e aponta as projeções para os juros no fim de
2009-, a taxa recuou de 9,83%
para 9,73% anuais. Durante as
operações, o contrato chegou a
marcar 9,66%.
O dólar iniciou as operações
com queda expressiva, sendo
cotado a R$ 2,225 na mínima
do dia. Mas a moeda não se sustentou nesse patamar, cedendo
às pressões dos investidores.
No fim das operações, o dólar
era vendido a R$ 2,249, com leve baixa de 0,09%.
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