São Paulo, sábado, 20 de março de 2010

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Argentina diz que cresceu no ano da crise

País divulga expansão de 0,9% em 2009; Brasil encolhe 0,2% no período

Dado é recebido com ceticismo por analistas, que estimam retração entre 3,5% e 4%; instituto de pesquisa é suspeito de manipulação


DE BUENOS AIRES
DA REDAÇÃO

A economia argentina, a segunda maior da América do Sul, teve em 2009 crescimento de 0,9% e foi uma das poucas que conseguiram se expandir no ano da pior crise global em mais de 60 anos, segundo dados oficiais divulgados ontem.
O resultado foi melhor que o do Brasil, que registrou queda de 0,2% no PIB do ano passado.
Os gastos dos consumidores e os do governos foram os dois principais fatores para o crescimento econômico.
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, atribuiu o crescimento "no ano da maior crise [financeira] mundial" ao que chamou de "políticas virtuosas" de seu governo.
Cristina citou como "chave" para o resultado a "oferta protegida" no mercado interno e o "formidável esforço fiscal" feito pelo Estado para "sustentar a demanda".
Entre as medidas de proteção do mercado interno, Cristina citou o sistema de licenciamento não automático, que afeta cerca de 14% da pauta exportadora brasileira e foi motivo de tensão na relação comercial entre os dois países.
Os dados da economia argentina são recebidos com ceticismo por analistas. Isso porque os dados divulgados pelo Indec (o IBGE local, responsável pela divulgação dos números do PIB) são suspeitos de manipulação desde o governo de Néstor Kirchner (2003-2007).
Para analistas privados, o PIB do país vizinho, na verdade, teve retração entre 3,5% e 4%, o que significaria o fim do ciclo de seis anos de expansão.
Ainda de acordo com os números oficiais, o PIB argentino cresceu 1,9% nos últimos três meses do ano passado em relação ao período de julho a setembro, quando avançou 0,3%.


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