São Paulo, terça-feira, 20 de abril de 2004

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Valor da inadimplência em cheques emitidos cresce 27% no 1º trimestre

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Dados publicados ontem tornam possível afirmar que o já anunciado aumento na taxa da inadimplência veio acompanhado de crescimento no tamanho do calote. Segundo levantamento da Telecheque, empresa de gestão de crédito, aumentou em 27,2% o valor total da inadimplência em cheques emitidos no país no primeiro trimestre sobre 2003.
Se antes os cheques emitidos e não pagos somavam R$ 100, por exemplo, agora somam R$ 127,2. Ao descontar a inflação (IPC/Fipe dos últimos 12 meses), o valor continua elevado e atinge R$ 122,7 (alta de 22,7%). Os números foram obtidos com base em dados de cerca de mil clientes (lojistas) da Telecheque no país.
Pesquisas recentes já mostravam que o volume de cheques sem fundos devolvido havia subido: o número passou de 16,7 para cada lote de mil compensados para 17,2 por lote no período de um ano -em março de 2003 em relação ao mês passado. Esses números foram publicados pela Serasa, que usa como base informações do Banco Central.
Ao cruzar os dois resultados, da Serasa e da Telecheque, as entidades comerciais passaram a afirmar que não só o montante de operações inadimplentes subiu, assim como o volume delas.
"Há uma parcela de consumidores que voltou às lojas, após limpar o nome no final do ano, e se enrolou novamente", diz José Antonio Praxedes, vice-presidente da Telecheque. Esse descontrole foi verificado em produtos de maior valor agregado, o que pode ter pressionado o volume total do calote neste ano.
Dados da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) mostram que as lojas de eletrodomésticos, móveis e decorações, relojoarias e materiais de construção, entre outros, sentiram um aumento na inadimplência neste ano. Tanto que esses setores (ao lado de outros 13 segmentos, num total de 25) registraram alta no total de títulos protestados de pessoas físicas em São Paulo em março de 2004 em relação a fevereiro.
A Telecheque ainda informou ontem que a taxa de inadimplência em cheques no país atingiu 3,63% em março deste ano (superior a taxa de 2,64% no mesmo mês do ano passado e de 2,68% em 2002).


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