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Venda on-line de ingressos cresce o dobro do comércio eletrônico
Em 2007, segmento deu salto de 78%, contra 37,84% no mercado em geral
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As vendas de ingressos pela
internet cresceram mais do que
o dobro do comércio eletrônico
como um todo entre 2006 e
2007. Enquanto o volume geral
de pedidos on-line teve acréscimo de 37,84%, os negócios no
segmento de ingressos para cinemas, teatros, shows e jogos
de futebol saltaram 78% no
mesmo período, segundo dados
da consultoria e-bit, levantados
a pedido da Folha.
No ano passado, o número de
ingressos vendidos on-line
chegou a 108 mil, contra 61 mil
em 2006. O desempenho foi
melhor que o verificado entre
2005 e 2006, quando as vendas
saltaram 72% -de 35 mil para
61 mil.
O setor de ingressos ainda
representa menos de 1% do comércio eletrônico no país -em
2007, a e-bit registrou 20,4 milhões de pedidos de compra-,
mas, com ritmo de crescimento
superior a 70% ao ano, já começa a ser visto como uma das
estrelas desse mercado, ao lado
dos produtos eletrônicos e de
informática.
"Esse segmento começa a ganhar importância à medida que
as pessoas percebem a praticidade de comprar o ingresso pela internet", diz Pedro Guasti,
diretor da e-bit. Segundo ele, o
crescimento deve manter a altas taxas neste ano.
Paralelamente ao aumento
das vendas, cresce o valor do tíquete médio das compras de
ingressos. Em 2007, o e-bit registrou média de R$ 130, com
incremento de 9,24% sobre o
ano anterior (R$ 119).
A tendência é que os cinemas
detenham a maior parcela das
vendas de ingressos on-line,
aponta Guasti.
A rede Cinemark, por exemplo, em parceria com a Ingresso.com, oferece o serviço de
vendas on-line para a totalidade de suas sessões. Atualmente, as vendas on-line representam cerca de 5% de toda a bilheteria, mas esse percentual
deve subir na esteira do acúmulo das vendas anuais, que
crescem em torno de 10% desde 2005, conforme informações da empresa. Neste ano, a
previsão é que haja incremento
de 15%.
Cinemark
Para o presidente da rede Cinemark no Brasil, Marcelo Bertini, a experiência de vendas de
ingressos on-line será cada vez
maior. "À medida que aumenta
a portabilidade da internet,
com acesso direto no celular,
por exemplo, e as pessoas ficam
mais conectadas, a procura por
esse serviço aumenta. Há ainda
um potencial gigantesco a ser
explorado nessa área", afirmou.
Na compra on-line, o consumidor paga uma taxa de conveniência. No caso das sessões do
Cinemark, o adicional sobre o
preço do ingresso varia de R$
1,50 a R$ 2,60 e remunera a empresa que realiza o serviço de
vendas on-line, diz Bertini.
"Você entra no site, tem a opção de escolher a sessão e assim
evita filas. É uma conveniência", acrescenta. Para o diretor
do Cinemark, ganha o consumidor, ao evitar as filas, e ganha
a rede, na medida em que consegue ampliar sua capacidade
de atendimento.
Entre as empresas que
atuam no mercado, a Ingresso.com, subsidiária do grupo
B2W, registrou, no quarto trimestre de 2007, receita bruta
de R$ 2,64 milhões, com aumento de 110% em relação ao
mesmo período do ano anterior
(R$ 1,25 milhão). Em volume,
as vendas cresceram 43% na
mesma comparação.
Espetáculos
A casa de espetáculos Via
Funchal, localizada em São
Paulo, começou a oferecer o
serviço de vendas pela internet
há aproximadamente três anos,
diz o diretor Jorge Maluf.
Segundo ele, em alguns
shows, até 80% do público já
chega à casa com o ingresso
comprado pela internet. "Daqui a pouco, ninguém mais irá a
um espetáculo sem o ingresso
na mão", diz Maluf.
Os ingressos para o Via Funchal comprados on-line, porém, ficam até 18% mais caros,
diz o diretor, condição que ainda afasta uma parte do público,
especialmente os mais jovens.
"Às vezes, a diferença fica mais
pesada."
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