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Entenda o que são os "global bonds"
da Redação
Os títulos que o governo brasileiro está lançando nos EUA são
chamados de "global bonds"
porque a emissão é feita no exterior, devendo ser adquiridos por
investidores internacionais, de
vários países.
São chamados também de "soberanos" porque trata-se de título de um país, garantido, no
caso, pela República Federativa
do Brasil. Não é uma simples
empresa ou banco que está lançando os papéis.
O mercado recebe com certa
euforia o lançamento porque ele
significa a volta do Brasil ao
mercado internacional, podendo abrir espaço para emissões de
empresas, bancos etc.
A nova emissão é um sinal de
que o risco-Brasil (possibilidade
de moratória) já é bem menor,
explica Carlos Eduardo Uchoa,
do Banco Liberal.
A oferta para o lançamento em
Nova York vem de bancos estrangeiros, que apresentam as
condições viáveis de prazo, valor etc. Cabe ao governo brasileiro decidir se aceita ou não. O
lançamento neste momento significa que as condições foram
consideradas satisfatórias pelo
Brasil. Um lançamento há dois
meses, por exemplo, provavelmente teria juros muito altos. Os
bancos emissores dão garantias
de que ficarão com os papéis caso a emissão fracasse.
Títulos de dívida externa que
já são negociados no mercado,
como o IDU, também são soberanos. Na hipótese de moratória, não seriam pagos nem o IDU
nem o "global bond".
Em termos de risco não há diferença, mas os títulos de dívida
externa renegociada são antigos,
herança ainda da moratória no
governo Sarney. No caso do
IDU, o próprio nome significa
"juros devidos e não pagos".
Agora, trata-se de título novo.
O cupom de juros de um IDU é
muito baixo. Ganhos de investidores podem ser conseguidos
no deságio pelo qual é negociado. Já o "global bond" deve ser
lançado com juros entre seis e
sete pontos acima dos títulos do
Tesouro dos EUA. Por isso, pode
ser lançado num primeiro momento até com ágio.
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