LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O prefeito do município de Sete de Setembro (RS), Valter Nicoletti Baron (PMDB), licenciou-se do cargo e retornará apenas no final de junho. O motivo não é um tratamento de saúde ou uma viagem representando interesses municipais, mas o acompanhamento de sua própria lavoura de soja, em Brasília.
A licença é de 90 dias, e Sete de Setembro (490 km de Porto Alegre) será, nesse período, administrado pelo vice-prefeito, Delcides Donadel (PP).
Os dois vereadores do PT no município não discordam da legalidade com que a Câmara concedeu a licença -até porque esse é o procedimento adequado. Questionam, porém, a legitimidade do ato.
"Ele tem compromisso com o povo, deveria renunciar", diz Marisa Kowalski (PT).

Condição
Baron pondera que assumiu o cargo de prefeito sob a condição de se afastar para cuidar da lavoura de 600 hectares no Distrito Federal, onde planta, além de soja, milho e feijão. "A população me convocou", diz.
O prefeito alega que o município economiza ao não pagar seus vencimentos. Afirma que está em permanente contato com o vice-prefeito. Sustenta sua presença em Brasília afirmando, também, que consegue a liberação de verbas para a administração municipal. Ou seja, ele trabalha fazendo contatos.
"Nós nos falamos pelo telefone, e ele está a par de tudo o que ocorre aqui no município. Não há problema", confirma o prefeito em exercício.
De acordo com vereadores que apoiaram o afastamento, tal situação já havia sido prevista na eleição para a prefeitura. Baron concorreria, mas teria o afastamento assegurado quando fosse a época da colheita.

O município
Com 2.367 habitantes, Sete de Setembro é um município basicamente agrícola, que sofreu bastante com as chuvas que atingiram o Estado no início do mês. O prefeito também tem uma pequena propriedade no seu município.


Texto Anterior: Colheita deve crescer 200% no Pontal
Próximo Texto: Pecuária: Alta do tipo B faz bezerro tomar leite em pó
Índice